9. A Teoria Marxista
9.1. Notas Biográficas
Karl
Marx nasceu em Triel (Renânia) no seio de uma família judia da classe média
(1818).
Estudou
nas Universidades de Bona e Berlim. Doutorou-se em Filosofia na Universidade de Jena (1841).
Conhece
Engels em Paris (1843), é expulso de França em 1845, vais para Bruxelas e mais tarde para Londres.
Estudou
Economia Política, recebendo o apoio financeiro de Engels.
Fina-se
em Londres em 1883.
- A Pobreza da Filosofia, (1847).
- O Manifesto Comunista, (1848).
- Fundamentos de Crítica da Economia Política, (1853-1854).
- O Capital (1867).
Volume 1 (editado em vida).
Volumes 2 e 3 (editados por Engels – 1885 e 1894)
9.2.
Influências Intelectuais
Karl
Marx assentou toda a sua obra nos princípios que foram formulados pelos
clássicos (principalmente Ricardo).
Só
há um ponto em que ele discorda dos clássicos ingleses (David Ricardo e Adam Smith).
Pois estes diziam que o capitalismo era um estádio definitivo da sociedade e
Marx dizia que o capitalismo era um estádio transitório e que a seguir vinha
outro estádio que era o coletivismo.
No
pensamento de Marx o motor da história estava na luta de classes.
Essa luta de classes, no sistema capitalista, era consequência de uma
exploração do trabalho operário pelo capitalista.
·
Economia Clássica (Ricardo)
Teoria do valor trabalho
·
Corrente Socialista
Injustiças sociais do laissez-faire
·
Teoria da História de Condorcet (Condorcet, 1743-1794)
A história evolui por etapas sucessivas,
sendo cada uma mais avançada que a anterior
O progresso histórico está sujeito a leis
gerais que importa descobrir
·
Darwinismo (Charles Darwin, 1809-1882)
Evolução das espécies fruto da seleção
natural
·
Filosofia Hegeliana (Georg Hegel, 1770-1831)
Dialética – o progresso histórico resulta do
conflito de ideias
Ideia existente (tese) / Ideia contrária
(antítese) → Ideia nova (síntese)
·
Materialismo de Feuerbach (Ludwig Feuerbach, 1804-1872)
Ênfase nas realidades materiais
Oposição
ao idealismo de Hegel
9.3. A Interpretação Económica da História
- · Materialismo Dialético
- Combinação da dialética de Hegel com o materialismo de Feuerbach.
- Em cada época histórica, as forças materiais de produção (terra, trabalho, capital e tecnologia) geram um conjunto de relações de produção (relações humanas e relações de propriedade).
- As forças materiais de produção são dinâmicas; as relações de produção são estáticas.
- · Etapas do Processo Histórico
9.4. A Teoria do Valor
O
Capitalismo é como um sistema económico em que as pessoas compram e vendem
coisas. Produz-se uma mercadoria mas essa produção não é para si, é para os
outros.
As
mercadorias apresentam quatro propriedades, que são:
·
Úteis
·
Produzidas pelo trabalho humano
·
Oferecidas para venda no mercado
·
Separáveis do indivíduo que as produz
Qualquer
mercadoria tem um valor de uso e um valor de troca.
O valor
de uso é a apreciação individual (subjetiva), para Marx significa a
utilidade do bem, ou seja, a aptidão que esse bem tem para satisfazer uma
necessidade.
O valor
de troca dos bens é uma relação quantitativa entre mercadorias (preço
relativo).
Para
Marx o valor de troca tem origem no trabalho humano. A Teoria do Valor é
baseada nos custos de produção (tal como nos Clássicos).
9.4.1 A Teoria do Valor Trabalho
·
Trabalho concreto → é um trabalho normal,
sempre que nos referimos a um trabalho em particular.
·
Trabalho abstrato → é
o desgaste (massa muscular e cerebral) que se tem com esse trabalho.
·
Trabalho socialmente necessário → em média, quantas horas são necessárias
para produzir um bem, ou seja, quantidade de trabalho abstrato necessário, em
média, para produzir um bem.
·
Trabalho incorporado
→
para se produzir um bem, alguém já produziu, anteriormente, algo que vai ser
incorporado na produção de um bem. É a totalidade do trabalho incorporado numa
mercadoria (direto ou indireto).
·
Trabalho simples → é
o trabalho pouco qualificado.
·
Trabalho complexo → é
o trabalho muito qualificado. O trabalho complexo é medido em horas de trabalho
simples.
O
valor de troca de uma mercadoria consiste na quantidade de trabalho socialmente
necessária à produção do bem, expressa em horas de trabalho simples.
Segundo
Marx, dois bens trocam-se porque neles se acham incorporados quantidades de
trabalho iguais.
O
valor de troca condiciona a relação de troca (preço relativo) entre duas
mercadorias.
Para
Ricardo, o trabalho é a melhor medida do valor, embora não seja necessariamente
a única causa do valor.
Para
Marx, o trabalho é a medida e a única causa do valor.
9.4.2 A Teoria da Exploração ou da Mais-Valia
Qual
a origem do lucro numa sociedade capitalista?
De
acordo com Marx, a origem do lucro reside numa mercadoria muito especial que se
distingue das outras – a força de
trabalho.
A
força de trabalho, assim como as outras mercadorias, possui duas propriedades:
·
Valor de uso – capacidade de gerar valor. A partir
dela o capitalista obtém o lucro.
·
Valor de troca – tempo
de trabalho necessário à sua produção. O operário recebe, em troca, o salário
fixado pelo mercado.
O
capitalista recebe, ou seja, fica com o valor de uso (-) o valor de troca; ou
seja, Lucro (-) Salário.
Cada
produtor utiliza os seus próprios meios de produção para produzir uma
determinada mercadoria (M).
M → A →M'
|
||
Troca
a mercadoria (M) por dinheiro (A) e depois usa o dinheiro na compra de outra
mercadoria (M’).
Os
fatores de produção possuídos por um grupo são usados por outro.
O
capitalista inicia o ciclo com dinheiro (A), compra os fatores de produção para
produzir uma mercadoria (M), que vai ser vendida e obtém o montante monetário
(A’), que é superior ao valor do capital inicialmente investido.
A’ = A + ∆A, em que ∆A
= mais-valia
O
valor do capital no final (A’) é igual ao capital inicial (A) mais uma variação
que se designa por mais-valia.
Mas
este 2º Ciclo não parece consensual com a teoria do valor de troca. Segundo a
teoria do valor de troca não há nenhum ganho, enquanto no 2º Ciclo há um
suplemento de valor que Marx designa por mais-valia.
Marx
tenta explicar porque é que isto acontece, dizendo que M é uma mercadoria especial,
é a força de trabalho do operário, e esta forma tema capacidade de gerar valor
ao que já existia.
Analisando a mercadoria “força de trabalho”, Marx diz:
o capitalista compra no mercado a mercadoria M (força de trabalho), esta
mercadoria, como qualquer outra
mercadoria, tem um valor de troca. O capitalista, que compra esta mercadoria,
utiliza o seu valor de uso para poder produzir, mas, para poder utilizar a
força de trabalho ele tem de pagar, pagando o seu valor de troca que é o
salário.
Esse
valor de troca é determinado pela quantidade de trabalho necessária à sua
existência, isto é, a quantidade de mercadorias que mantêm vivos os operários e
a sua família. Assim, o valor de troca da força de trabalho é medido pelo valor
de todas as mercadorias que o operário e a sua família consomem.
O
capitalista paga a força de trabalho que é, ela própria, criadora de valor e
este valor vai ser superior ao inicial (A’ > A). A mais-valia provém da
diferença entre o valor de uso e valor de troca da força de trabalho.
·
Produtividade do trabalhador.
·
Duração do dia de trabalho.
·
Quantidade de produto necessária para pagar o
salário de subsistência do trabalhador.
Exemplo:
3 Horas
|
Horas de trabalho necessárias para
|
|
a sua sobrevivência – salário.
|
||
5 Horas
|
Horas que Marx designa por sobretrabalho.
|
|
Horas que gasta o trabalhador mas que não
|
||
são necessárias à sua subsistência, vão para o
|
||
capitalista. São estas horas que geram valor.
|
||
Nota: 1 trabalhador trabalha 8 horas
As 5
horas a mais geram valor que se transforma, em termos monetários, na
mais-valia. Estas 5 horas revertem a favor do capitalista. Como o trabalhador
trabalha mais que o necessário à sua sobrevivência, gera uma mais-valia para o
capitalista.
·
Capitalistas (detentores dos meios de
produção)
·
Operários (oferecem força de trabalho)
O
operário, para subsistir, é obrigado a vender a sua força de trabalho e
sujeitar-se às regras impostas pelos capitalistas. O capitalista, que tem o
capital inicial A, utiliza o capital de duas formas:
·
Capital variável –
para pagar salários.
·
Capital constante –
utiliza para comprar máquinas (capital fixo).
O
custo de produção de uma mercadoria é igual a:
Capital
constante + Capital variável + (mais-valias)
(C) (V) (Pl)
Em que:
·
Capital constante (C) – Amortizações e custo
das matérias-primas.
·
Capital variável (V) – Salário de
subsistência.
·
Mais-valia (Pl) – Excedente: A’ + A
9.4.3 O Lucro
|
A’ = c + v + Pl |
Em
que (c + v) é o capital inicial.
Das
componentes do capital, apenas uma é fonte de mais-valia → (v). Então, a
capacidade de força de trabalho geram uma certa proporção de mais-valia.
Mas
esta taxa de mais-valia não corresponde ao lucro. A taxa de lucro é dada por:
Se
admitirmos que a taxa de mais-valia é constante, então o aumento de c/v leva a
uma redução da taxa de lucro.
A composição orgânica do capital mede a
quantidade de meios de produção utilizados pelo operário.
Crítica
à teoria do valor-trabalho: se o valor de troca das mercadorias é determinado
pelo tempo de trabalho nelas incorporado, como é que se explica que os preços
difiram frequentemente dos seus valores em trabalho?
Exemplo: Quando a composição orgânica do capital é diferente em dois
ramos, também as taxas de lucro são diferentes nos dois ramos.
Marx dizia que o valor do produto era (c + v + Pl), e que a taxa
de lucro é diferente em dois ramos, a mão invisível de Adam Smith começa a
funcionar. Os capitalistas começam a aperceber-se de que um ramo é mais
produtivo que o outro. Logo, transferem os seus capitais para esse ramo, isto
implica uma diminuição da produção no ramo B e um aumento do preço no ramo B,
um aumento da quantidade produzida no ramo A e diminuição do preço no ramo A.
Quando é que isto se resolve?
Quando a taxa de lucro média for igual, deixa de haver
transferência de capitais entre ramos. Como é encontrado o preço de produção?
Marx vem concluir que o preço a que os bens são colocados no
mercado é diferente do seu valor e isto deve-se à inclusão do chamado lucro
médio.
Solução de Marx: a
Teoria da Concorrência entre os capitais tende a estabelecer uma taxa de lucro
uniforme para todas as empresas envolvidas na produção. Quando este lucro médio
é somado aos custos (diferentes) de produção nas várias indústrias, os desvios
individuais dos preços de mercado, face aos valores em trabalho, tendem a
compensar-se ao nível agregado.
9.5. As “Leis de Movimento do Capitalismo”
·
Devido à teoria do valor-trabalho seria de
esperar que os capitalistas utilizassem tecnologias mais trabalho-intensivas de
forma a maximizarem o lucro.
·
Contudo, a tendência é para substituírem
trabalho por capital, de modo a produzirem a custos mais baixos do que os seus
concorrentes.
·
O processo de acumulação de capital, aliado à
reivindicação dos trabalhadores para a subida dos salários, tende a reduzir a
mais-valia e a promover a queda da taxa de lucro (recorde-se a formulação
analítica da taxa de lucro).
A
perspetiva dinâmica da taxa de lucro levou à Lei da baixa tendencial da taxa de
lucro. Esta lei implicava que, numa perspetiva dinâmica, a concorrência entre
capitalistas obrigava-os a adotar técnicas mais produtivas e reduzir a força de
trabalho, ou seja, Capital Constante (C) cresce mais rapidamente do que o
Capital Variável (v).
Logo,
o coeficiente c/v tende a aumentar. Se a taxa de mais-valia for constante no
longo prazo, a taxa de lucro tende a diminuir.
Marx
vem explicar qual a solução para esta Lei, para esta tendência. Ele diz que o
objetivo dos capitalistas é o lucro, portanto os capitalistas estimulam a
atividade económica.
Pelo
contrário, a Lei da baixa tendencial da taxa de lucro vem inverter esta
situação (desencoraja os capitalistas) e esse desencorajamento vem provocar
crises económicas na economia e, portanto, falências.
Estas
crises económicas levam à redução do capital menos rentável, contrariando a
baixa tendencial na taxa de lucro.
·
A substituição crescente de trabalho por
capital leva à transformação das pequenas empresas em grandes empresas (maior
divisão do trabalho e capacidade de produção).
·
O aumento da capacidade produtiva induz um
excesso de produção. Com a baixa de preços daí resultante, apenas as empresas
mais eficientes poderão sobreviver.
·
As empresas ineficientes saem do mercado ou
são absorvidas pelas grandes empresas.
Resultado: a indústria torna-se cada
vez mais centralizada e o poder económico tende a concentrar-se nas mãos de
poucos.
A lei do crescimento do
exército industrial de reserva
·
O processo de inovação tecnológica (+
capital) e a substituição de capital por trabalho têm um efeito drástico na
classe trabalhadora – o desemprego.
·
A substituição de trabalhadores por máquinas
gera um “exército crescente de desempregados”.
·
Existem dois tipos de desemprego:
- Tecnológico (tecnologias capitalmente intensivas)
- Cíclico (excessos de produção)
Se
aumenta o desemprego, dificulta, assim, uma evolução positiva dos salários.
Para
contrariar a queda da taxa de lucro os capitalistas tendem, de um modo geral,
a:
·
Reduzir o nível dos salários.
·
Impor dias de trabalho mais longos.
·
Utilizar o trabalho de mulheres e crianças.
Resultado: o
crescimento do “exército industrial de reserva” e a intensificação dos métodos
de trabalho geram uma miséria progressiva da classe trabalhadora.
·
Relação entre a despesa de investimento e os
ciclos de negócios.
·
A despesa de investimento varia ao longo do
tempo:
- Quando o exército de desempregados aumenta (diminui) e os salários baixam (sobem), os capitalistas contratam mais (menos) trabalhadores e investem menos (mais) em máquinas e equipamento
·
Crises permanentes cada vez mais longas e
severas → desemprego crescente
Resultado: o
número de capitalistas diminui face ao número de proletariado, a estes
seguir-se-á uma ditadura de proletariado para orientar uma sociedade sem
classes, entregando à comunidade os meios de produção.
9.6. Avaliação da Teoria Marxista
·
Empenho na construção de uma teoria do valor.
Os problemas associados à teoria do valor-trabalho incentivaram a busca de
novas abordagens sobre a formação dos preços relativos.
·
Os ciclos de negócios (flutuações da atividade
económica) como elemento comum á sociedade capitalista.
·
Tendência para o surgimento de grandes empresas
(monopólios). Estimulo ao desenvolvimento das teorias da concorrência
imperfeita.
·
Efeitos da alteração das funções de produção.
·
Ênfase na análise dinâmica. Incentivo ao
desenvolvimento de teorias sobre o crescimento económico.
Falhas Analíticas:
·
Teoria do valor trabalho
- O trabalho é a única fonte de valor?
·
Teoria da exploração (mais-valia)
- Os salários reais têm subido e o peso dos
rendimentos do trabalho no rendimento nacional tem aumentado ou permanecido
relativamente constante na maioria dos países industriais.
·
Acumulação do capital
- A taxa de lucro oscila com os ciclos de
negócios mas não apresenta tendência de queda.
- A acumulação de capital e as inovações
tecnológicas geram necessariamente desemprego?
·
Luta de classes
- Em vez
de conflito entre trabalhadores e capitalistas surgiu uma classe média forte na
maioria das economias desenvolvidas.
Críticas:
- Marx dizia que c/v tende a aumentar e a taxa de
lucro tende a diminuir mas, numa perspetiva dinâmica, não é correto
considerar a taxa de mais-valia constante porque, com o progresso tecnológico,
esta influência a taxa de mais-valia.
- De que
forma é que a produtividade do trabalho influência a taxa de mais-valia?
Com o
progresso tecnológico aumenta a produtividade do trabalho, logo, o trabalho necessário diário vai diminuir → taxa de mais-valia aumenta.
Logo,
com a taxa de mais-valia a aumentar ficamos numa situação de indeterminação.
Esta
indeterminação mostra a fragilidade da Lei da baixa tendencial da taxa de
lucro.
·
Considera
que o capitalista pede emprestado parte do capital (leva ao aparecimento de 4
conceitos):
- Juros – retribuição
que corresponde a uma certa percentagem do valor emprestado (para Marx os juros
correspondiam a uma parte da mais-valia do capitalista)
- Lucro do empresário – será a mais-valia depois de
retirado o montante dos juros
- Capitalista financeiro – empresta
o capital e exige uma retribuição (juros) que é uma percentagem do valor
emprestado. Ele não quer dirigir a empresa, empresta o capital por um certo
período de tempo
- Capitalista produtivo – leva a
cabo o processo de produção e recebe diretamente a mais-valia. Quando pede
emprestado o capital e subtrai o juro à mais-valia obtida.
Na
Teoria Neoclássica, o capitalista produtivo recebe uma remuneração (salário).
Marx
não aceita isto porque para ele o capital produtivo não é apenas um operário
melhor remunerado já que este extrai a mais-valia, controla o processo
produtivo e vigia os operários.
·
Ekelund, R. B. e R.
F. Hérbert [Capítulo 10]
·
Saby e Saby
[Capítulo 1 e 2]
·
Empenho na construção de uma teoria do valor.
Os problemas associados à teoria do valor-trabalho incentivaram a busca de
novas abordagens sobre a formação dos preços relativos.
·
Os ciclos de negócios (flutuações da atividade
económica) como elemento comum á sociedade capitalista.
·
Tendência para o surgimento de grandes empresas
(monopólios). Estimulo ao desenvolvimento das teorias da concorrência
imperfeita.
·
Efeitos da alteração das funções de produção.
·
Ênfase na análise dinâmica. Incentivo ao
desenvolvimento de teorias sobre o crescimento económico.
Falhas Analíticas:
·
Teoria do valor trabalho
- O trabalho é a única fonte de valor?
·
Teoria da exploração (mais-valia)
- Os salários reais têm subido e o peso dos rendimentos do trabalho no rendimento nacional tem aumentado ou permanecido relativamente constante na maioria dos países industriais.
·
Acumulação do capital
- A taxa de lucro oscila com os ciclos de negócios mas não apresenta tendência de queda.
- A acumulação de capital e as inovações tecnológicas geram necessariamente desemprego?
·
Luta de classes
- Em vez de conflito entre trabalhadores e capitalistas surgiu uma classe média forte na maioria das economias desenvolvidas.
Críticas:
- Marx dizia que c/v tende a aumentar e a taxa de lucro tende a diminuir mas, numa perspetiva dinâmica, não é correto considerar a taxa de mais-valia constante porque, com o progresso tecnológico, esta influência a taxa de mais-valia.
- De que forma é que a produtividade do trabalho influência a taxa de mais-valia?
Com o
progresso tecnológico aumenta a produtividade do trabalho, logo, o trabalho necessário diário vai diminuir → taxa de mais-valia aumenta.
Logo,
com a taxa de mais-valia a aumentar ficamos numa situação de indeterminação.
Esta
indeterminação mostra a fragilidade da Lei da baixa tendencial da taxa de
lucro.
·
Considera
que o capitalista pede emprestado parte do capital (leva ao aparecimento de 4
conceitos):
- Juros – retribuição que corresponde a uma certa percentagem do valor emprestado (para Marx os juros correspondiam a uma parte da mais-valia do capitalista)
- Lucro do empresário – será a mais-valia depois de retirado o montante dos juros
- Capitalista financeiro – empresta o capital e exige uma retribuição (juros) que é uma percentagem do valor emprestado. Ele não quer dirigir a empresa, empresta o capital por um certo período de tempo
- Capitalista produtivo – leva a cabo o processo de produção e recebe diretamente a mais-valia. Quando pede emprestado o capital e subtrai o juro à mais-valia obtida.
Na
Teoria Neoclássica, o capitalista produtivo recebe uma remuneração (salário).
Marx
não aceita isto porque para ele o capital produtivo não é apenas um operário
melhor remunerado já que este extrai a mais-valia, controla o processo
produtivo e vigia os operários.
·
Ekelund, R. B. e R.
F. Hérbert [Capítulo 10]
·
Saby e Saby
[Capítulo 1 e 2]
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