17. A Teoria Keynesiana (III)
17.1. Limitações do
Modelo de Base Keynesiano
1ª Limitação:
- Md = Md(i)
- Y influência também Md
2ª Limitação:
3ª Limitação:
- Pouco significado às relações económicas internacionais
17.2. O Modelo de Hicks
e Hansen
17.2.1 O Mercado Monetário
Keynes distingue duas
componentes na Procura de Moeda: Uma primeira componente, função do rendimento
nacional e uma segunda componente, função da taxa de juro.
Md1 = Md1(Y) Md’1
> 0
A primeira componente resulta
de dois tipos de motivações:
- Motivo de transação, em que os indivíduos e as empresas procuram moeda para fazer face aos seus pagamentos imediatos.
- Motivo de precaução, que por sua vez resulta da necessidade que os indivíduos têm de constituir reservas.
Md2 = Md2(i) Md’2
< 0
A segunda componente, em que a
Procura de Moeda é função da taxa de juro, resulta do conceito
de preferência pela liquidez (motivo de especulação). Esta é constituída pela
contribuição original de Keynes.
A Oferta de Moeda é
fixada pelas autoridades: MS = MS.
Deste modo concluímos que a
igualdade entre a Procura e Oferta de Moeda é
MS = Md1(Y)
+ Md2(i) que traduz o Equilíbrio Monetário.
A Curva LM representa o
conjunto de pontos de coordenadas (i,Y) que assegura a igualdade entre a Oferta
e Procura de Moeda.
Em relação ao andamento desta
curva, se a taxa de juro (i) aumentar, a Procura de Moeda por motivo de
especulação diminui. Como a Oferta de Moeda é fixa se a componente Md2(i)
diminui, a componente Md1(Y) aumenta; então se Md1(Y)
é uma função crescente do rendimento nacional, o seu crescimento necessita do
aumento da variável Y.
17.2.2 O Mercado de Bens e Serviços
Sendo fixadas as antecipações
dos empresários, o Investimento é uma função decrescente da taxa de juro: i =
I(i); a Poupança é uma função crescente do rendimento nacional Y.
S = S(Y).
Com efeito, I = S escreve-se:
I(i) = S(Y).
O conjunto de pontos de
coordenadas (i,Y) que asseguram a igualdade I = S, constitui a chamada Curva
IS. Em relação ao andamento desta curva, se a taxa de juro aumentar, o
Investimento diminui, dado que a Função Investimento é uma função decrescente
da taxa de juro (I = d – e.i). Como S é uma função crescente de Y, para termos
uma S mais fraca o Y também tem de o ser.
17.2.3 O Esquema IS/LM
As duas curvas IS e LM
materializam duas relações entre o rendimento nacional (Y) e a taxa de juro
(i):
Este sistema de duas equações
a duas incógnitas fornece uma solução única, isto é, a taxa de juro de
equilíbrio e o rendimento nacional de equilíbrio.
O par (ie, Ye)
aparece enquanto coordenadas da interseção entre as duas Curvas IS e LM.
Este rendimento nacional de
equilíbrio determina o volume de emprego requerido e, por consequência, o nível
de desemprego eventual.
O Modelo de Hicks e Hansen
mostra-se mais realista nos seguintes aspetos:
- Ao nível da Procura de Moeda, pois no Modelo Keynesiano original a Procura de Moeda era apenas em função da taxa de juro.
- Na análise de interseção entre variáveis reais e variáveis monetárias, porque o Modelo de Hicks e Hansen evidência de uma forma mais acentuada a interligação entre estes dois tipos de variáveis.
- Na análise em termos económicos, pois as variáveis económicas no Modelo de Hicks e Hansen estão ligadas num sistema de ações recíprocas, sem que seja possível estabelecer verdadeiras relações causais
As Curvas IS e LM podem sofrer
transformações decorrentes da ação do Estado:
- Políticas Monetárias
- Políticas Orçamentais
17.2.4 A Política Monetária
Este deslocamento da Curva LM
provoca uma diminuição da taxa de juro e um aumento do rendimento nacional.
∆M => Deslocamento
da Curva LM
M = Md1(Y) + Md2(i)
Se ∆M => M’ = M + ∆M
Nova Curva LM’:
M’ = Md1(Y) + Md2(i),
com M’ > M
17.2.5 A Política Orçamental
Nestas condições, o rendimento nacional aumenta assim como
a taxa de juro.
- Existe a necessidade de + ∆M (pois o i↑ => I↓ => logo é preciso uma política monetária)
Resolver a indeterminação das variáveis P e
L, conhecido Y:
·
Necessidade de introduzir o mecanismo de
fixação do salário nominal:
W = ∂Y/∂L (PmgL)
Com y = Y/P, teremos: ∂y = ∂Y/P <=> ∂Y = ∂yP
W = (∂yP)/∂L <=> W/P = ∂y/∂L <=> W/P = f’ (L)
Com
isto, virão as seguintes equações:
O
novo encadeamento causal Keynesiano virá:
Então, qual a importância relativa destes 2
efeitos contraditórios?
17.3.2 A resolução prática do problema dos preços
- Situação de subemprego
- Y = Py
- ∆ Y → ∆y → ∆L
- Situação intermédia (baixo desemprego)
Ø Y = Py
Ø
∆
Y,
∆y
→ ∆L
- A inclusão de P enfraquece o significado do Modelo Keynesiano:
Ø O
efeito da ∆I ou da ∆G sobre L é reduzido!
17.4. A Teoria
Keynesiana em economia aberta
- Procura Global (YD) = C + I + G + X
- Oferta Global (YS) = Y + FØ YD = YS
Ø C + I
+ G + X = Y + F, em que:
Y ≡ PIB, C ≡ Consumo,
I ≡
Investimento, G ≡ Gasto do Estado, X ≡ exportações e
F ≡
Importações.
- Poupança Global (S) = Y – C – G
Ø Y = C
+ S + G
Ø C + I
+ G + X = C + S + G + F
Ø S + F
= I + X
Ø S - I
= X – F
- Em economia aberta, com I > S ó I – S > 0 => Balança Comercial Deficitária.
Relações entre Y, X e F
- F = F (Y)
- m = ∂F/∂Y, com 0 < m < 1
- O multiplicador do Investimento em economia aberta
Ø Y + F
= C + I + G + X
Ø Com ∆X
= 0
§ ∆Y +
m∆Y = b∆Y + ∆I ó ∆Y =
1/ (1 + m – b).∆I ó
∆Y = 1/ (s + m).∆I
- O multiplicador das Exportações (com ∆I = 0)
Ø ∆Y +
m∆Y = b∆Y + ∆X ó ∆Y =
1/ (s + m).∆X
- KY,I = KY,X
Ø Mas,…
as Exportações têm um papel benéfico para o equilíbrio da Balança Comercial,
que I não possui.
Ø ∆F =
m∆Y com ∆Y = 1/ (s + m).∆I
Ø ∆F =
m/ (s + m).∆I
- Com ∆X = 0 => ∆F > ∆X
Ø ∆F =
m∆Y com ∆Y = 1/ (s + m).∆X
Ø ∆F =
m/ (s + m).∆X
Ø m/ (s
+ m) < 1 => ∆F ≤ ∆X
Conclusão:
- A preferência pelas exportações é difícil de ser objeto de uma política conjuntural.
- O investimento tem sido, por isso, o instrumento essencial da regulação macroeconómica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
- Saby e Saby, [cap. 16]
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