sábado, 7 de março de 2015

A (MINHA) HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÓMICO - Capítulo 17. A Teoria Keynesiana (III)

17. A Teoria Keynesiana (III)


17.1. Limitações do Modelo de Base Keynesiano


1ª Limitação:
  •          Md = Md(i)
  •          Y influência também Md

2ª Limitação:
             




3ª Limitação:
  •          Pouco significado às relações económicas internacionais

 

17.2. O Modelo de Hicks e Hansen


17.2.1 O Mercado Monetário


Keynes distingue duas componentes na Procura de Moeda: Uma primeira componente, função do rendimento nacional e uma segunda componente, função da taxa de juro.
Md1 = Md1(Y)                         Md’1 > 0

A primeira componente resulta de dois tipos de motivações:

  •          Motivo de transação, em que os indivíduos e as empresas procuram moeda para fazer face aos seus pagamentos imediatos.
  •          Motivo de precaução, que por sua vez resulta da necessidade que os indivíduos têm de constituir reservas.

Md2 = Md2(i)                           Md’2 < 0

A segunda componente, em que a Procura de Moeda é função da taxa de juro, resulta do conceito de preferência pela liquidez (motivo de especulação). Esta é constituída pela contribuição original de Keynes.

A Oferta de Moeda é fixada pelas autoridades: MS = MS.

Deste modo concluímos que a igualdade entre a Procura e Oferta de Moeda é
 MS = Md1(Y) + Md2(i) que traduz o Equilíbrio Monetário.

A Curva LM representa o conjunto de pontos de coordenadas (i,Y) que assegura a igualdade entre a Oferta e Procura de Moeda.


Em relação ao andamento desta curva, se a taxa de juro (i) aumentar, a Procura de Moeda por motivo de especulação diminui. Como a Oferta de Moeda é fixa se a componente Md2(i) diminui, a componente Md1(Y) aumenta; então se Md1(Y) é uma função crescente do rendimento nacional, o seu crescimento necessita do aumento da variável Y.















17.2.2 O Mercado de Bens e Serviços


Sendo fixadas as antecipações dos empresários, o Investimento é uma função decrescente da taxa de juro: i = I(i); a Poupança é uma função crescente do rendimento nacional Y. 
S = S(Y).

Com efeito, I = S escreve-se: I(i) = S(Y).

O conjunto de pontos de coordenadas (i,Y) que asseguram a igualdade I = S, constitui a chamada Curva IS. Em relação ao andamento desta curva, se a taxa de juro aumentar, o Investimento diminui, dado que a Função Investimento é uma função decrescente da taxa de juro (I = d – e.i). Como S é uma função crescente de Y, para termos uma S mais fraca o Y também tem de o ser.


Curva IS em termos gráficos:












17.2.3 O Esquema IS/LM


As duas curvas IS e LM materializam duas relações entre o rendimento nacional (Y) e a taxa de juro (i):








Este sistema de duas equações a duas incógnitas fornece uma solução única, isto é, a taxa de juro de equilíbrio e o rendimento nacional de equilíbrio.
















O par (ie, Ye) aparece enquanto coordenadas da interseção entre as duas Curvas IS e LM.

Este rendimento nacional de equilíbrio determina o volume de emprego requerido e, por consequência, o nível de desemprego eventual.


O Modelo de Hicks e Hansen mostra-se mais realista nos seguintes aspetos:

  •      Ao nível da Procura de Moeda, pois no Modelo Keynesiano original a Procura de Moeda era apenas em função da taxa de juro.
  •          Na análise de interseção entre variáveis reais e variáveis monetárias, porque o Modelo de Hicks e Hansen evidência de uma forma mais acentuada a interligação entre estes dois tipos de variáveis.
  •     Na análise em termos económicos, pois as variáveis económicas no Modelo de Hicks e Hansen estão ligadas num sistema de ações recíprocas, sem que seja possível estabelecer verdadeiras relações causais





As Curvas IS e LM podem sofrer transformações decorrentes da ação do Estado:
  •          Políticas Monetárias
  •          Políticas Orçamentais





17.2.4 A Política Monetária

 A Politica Monetária consiste numa variação da Oferta de Moeda por parte das autoridades monetárias. Supondo que a Oferta de Moeda aumenta em uma quantidade ∆M, a Curva LM irá deslocar-se para a direita.


Este deslocamento da Curva LM provoca uma diminuição da taxa de juro e um aumento do rendimento nacional.



∆M => Deslocamento da Curva LM
            M = Md1(Y) + Md2(i)
            Se ∆M => M’ = M + ∆M
Nova Curva LM’:

            M’ = Md1(Y) + Md2(i), com M’ > M

















17.2.5 A Política Orçamental

 A Política Orçamental, por sua vez, pode-se manifestar por uma variação dos Gastos do Estado. Supondo que estes aumentam com o objetivo de contrariar o pessimismo dos empresários, a Curva IS desloca-se para a direita.


Nestas condições, o rendimento nacional aumenta assim como a taxa de juro.



















  • Existe a necessidade de + ∆M (pois o i↑ => I↓ => logo é preciso uma política monetária)





























Resolver a indeterminação das variáveis P e L, conhecido Y:
·         Necessidade de introduzir o mecanismo de fixação do salário nominal:

W = ∂Y/∂L                 (PmgL)

Com y = Y/P, teremos: ∂y = ∂Y/P <=> ∂Y = ∂yP

W = (∂yP)/∂L <=> W/P = ∂y/∂L <=> W/P = f’ (L)

 








Com isto, virão as seguintes equações:













O novo encadeamento causal Keynesiano virá:
























Então, qual a importância relativa destes 2 efeitos contraditórios?

17.3.2 A resolução prática do problema dos preços






  • Situação de subemprego

    • Y = Py

    •  ∆ Y → ∆y → ∆L


  •          Situação intermédia (baixo desemprego)

Ø  Y = Py


∆ P
Ø  ∆ Y,

∆y → ∆L



  •          A inclusão de P enfraquece o significado do Modelo Keynesiano:

Ø  O efeito da ∆I ou da ∆G sobre L é reduzido!




17.4. A Teoria Keynesiana em economia aberta


  •          Procura Global (YD) = C + I + G + X
  •         Oferta Global (YS) = Y + FØ  YD = YS

Ø  C + I + G + X = Y + F, em que: 
      Y ≡ PIB, C ≡ Consumo,
 I ≡ Investimento, G ≡ Gasto do Estado, X ≡ exportações e
 F ≡ Importações.
  •          Poupança Global (S) = Y – C – G

Ø  Y = C + S + G
Ø  C + I + G + X = C + S + G + F
Ø  S + F = I + X
Ø  S - I = X – F
  •          Em economia aberta, com I > S ó I – S > 0 => Balança Comercial Deficitária.


Relações entre Y, X e F
  •          F = F (Y)
  •          m = ∂F/∂Y, com 0 < m < 1


  •          O multiplicador do Investimento em economia aberta


Ø  Y + F = C + I + G + X
Ø  Com ∆X = 0
§  ∆Y + m∆Y = b∆Y + ∆I ó ∆Y = 1/ (1 + m – b).∆I ó
∆Y = 1/ (s + m).∆I


  •          O multiplicador das Exportações (com ∆I = 0)

Ø  ∆Y + m∆Y = b∆Y + ∆X ó ∆Y = 1/ (s + m).∆X

  •          KY,I = KY,X

Ø  Mas,… as Exportações têm um papel benéfico para o equilíbrio da Balança Comercial, que I não possui.
Ø  ∆F = m∆Y     com ∆Y = 1/ (s + m).∆I
Ø  ∆F = m/ (s + m).∆I

  •          Com ∆X = 0 => ∆F > ∆X

Ø  ∆F = m∆Y     com ∆Y = 1/ (s + m).∆X
Ø  ∆F = m/ (s + m).∆X
Ø  m/ (s + m) < 1 => ∆F ≤ ∆X

Conclusão:
  •              A preferência pelas exportações é difícil de ser objeto de uma política conjuntural.
  •   O investimento tem sido, por isso, o instrumento essencial da regulação macroeconómica.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
  •          Saby e Saby, [cap. 16]


















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