quarta-feira, 11 de março de 2015

A (MINHA) HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÓMICO - Capítulo 20. Os Ciclos Económicos e a Teoria dos Ciclos Reais de Negócios



20. Os Ciclos Económicos e a Teoria dos Ciclos Reais de Negócios


20.1 Conceito de Ciclos Económicos


Ocorrem ciclos económicos quando a atividade económica aumenta ou diminui de velocidade. Um ciclo económico pode ser definido da seguinte forma: ”Um ciclo económico é um movimento pendular do produto, do rendimento e do emprego nacionais totais, com uma duração usual de 2 a 10 anos, caracterizado pela expansão ou contração generalizadas de muitos setores da economia.” (in Economia, Samuelson, P.)


Quais os aspetos comuns do ciclo económico?



Os analistas dividem os ciclos económicos em fases. Os “pontos altos” e “pontos baixos” são os pontos de viragem dos ciclos enquanto a “recessão” e a “expansão” são as fases principais.


O movimento descendente de um ciclo económico é designado por recessão, que se define como um período em que o PIB se reduz durante pelo menos 2 trimestres consecutivos.


Não há dois ciclos económicos iguais, contudo têm frequentemente semelhanças familiares. Se uma entidade, como por exemplo o INE, anunciar que está prestes a ocorrer uma recessão, existem alguns fenómenos típicos que se possam esperar que acompanhem a recessão?


Algumas relações que caracterizam uma recessão:
 

  • As compras dos consumidores reduzem-se acentuadamente enquanto as existências de automóveis e de outros bens duráveis aumentam inesperadamente. Como as empresas reagem de imediato cortando na produção, o PIB real diminui. Pouco depois, o investimento das empresas em edifícios fabris e equipamento também se reduz.
  •  A procura de trabalhadores cai – numa primeira fase reduz a semana laboral seguida de dispensas de trabalhadores e de desemprego elevado.
  • Com a redução do produto, reduz-se a procura e a oferta de combustíveis e diminuem os preços de muitos bens. A redução dos salários e dos preços é menos provável mas tendem a aumentar menos rapidamente nos períodos de retração económica.
  •  Os lucros das empresas reduzem-se acentuadamente durante as recessões. Antecipando esta situação, os preços das ações normalmente entram em queda quando os investidores pressentem uma retração económica. Contudo, devido à redução da procura de crédito, as taxas de juro geralmente também se reduzem durante as recessões.

 

As expansões são as imagens simétricas das recessões em que cada um dos fatores acima descritos funciona no sentido oposto.






20.2. A Teoria dos Ciclos Reais de Negócios


20.2.1 O Modelo IS/LM com preços flexíveis


















20.2.2 O comportamento da oferta de trabalho: A análise custo-benefício


1)    Presença dos incentivos na oferta do fator trabalho;
2)    Substituição intertemporal do trabalho;
  • Realocação das horas de trabalho ao longo do tempo;
  • Salário relativo intertemporal:
 








A taxa de juro influencia a atratividade do trabalho:

                                                  W/r ↑ => LS ↑ => Y ↑

                                    





















20.3. Um aumento dos Gastos do Estado no modelo dos Ciclos Reais de Negócios
















20.4. Um “choque tecnológico” no modelo dos ciclos reais de negócios

a)    ∆ Procura Agregada Real > ∆ Oferta Agregada Real















a)    ∆ Oferta Agregada Real > ∆ Procura Agregada Real






















































20.8. Aspetos conclusivos

 Novos Clássicos

(Teoria dos Ciclos Reais de Negócios)

- Flexibilidade de preços e salários;
- Preços e salários ajustam-se rapidamente por forma a equilibrar a Oferta e a Procura;
- Mercados estão sistematicamente em equilíbrio;
- As variáveis nominais (oferta de moeda e preços) não influenciam as variáveis reais (PIB      e emprego), isto é, políticas da DA não afetam o PIB e o emprego;
- Expetativas racionais*
(ǂ dos monetaristas → expetativas adaptativas)
* Baseiam-se nestas expetativas pois têm a informação disponível, racionando as suas          expetativas, as previsões não são enviesadas;
- Defende a não intervenção do Estado, pois, como estão bem informados, conhecem as        políticas monetárias ou orçamentais, logo estas não têm eficácia, não influencia Y e L;
- Duas fontes explicam as flutuações económicas:
  •          Choque fiscal (ex: ↑G)
  •           Choque Tecnológico,

- Desemprego voluntário



Nova Escola Keynesiana


- Rigidez dos preços e salários;
- Preços e salários ajustam-se lentamente;
- Variações, políticas da Procura Agregada afetam o PIB e o emprego, isto porque existe        ilusão monetária (os agentes económicos não se apercebem);

 - A Oferta não cria a sua Procura (acabou a lei de Say);

 - Defende a intervenção do Estado para voltar ao equilíbrio (através das políticas                     monetária e fiscal);

- Explica as flutuações económicas através do Modelo IS-LM no curto prazo:
  •          Política fiscal expansionista
  •          Política monetária

- Desemprego involuntário




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
  •          Blanchard, O., [Capítulo 30]
  •          Mankiw, [Capítulo 14]
  •          Samuelson, P., [Capítulo 32]









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