sábado, 11 de abril de 2015

GUIA DIAGNÓSTICO PARA AVALIAÇÃO DE PORTUGAL - Usando o conceito de Economia Clinica de Jeffrey D.Sachs


Com este guia diagnóstico, vou procurar fazer um diagnóstico de Portugal, procurando obter e indicar pistas e propostas para um futuro programa de governo.


2.1.1 A ARMADILHA DA POBREZA


MAPEAMENTO DA POBREZA

Distritos:
População residente
Pop. Residente em %
Área (km2)
Pop. Residente/Km2
Aveiro
714200
6,76%
2808
254,34
Beja
152758
1,45%
10225
14,94
Braga
848185
8,03%
2673
317,32
Bragança
136252
1,29%
6608
20,62
Castelo Branco
196264
1,86%
6675
29,40
Coimbra
430104
4,07%
3947
108,97
Évora
166726
4,27%
7393
22,55
Faro
451006
4,27%
4960
90,93
Guarda
160939
1,52%
5518
29,17
Leiria
470930
4,46%
3517
133,90
Lisboa
2250533
21,31%
2761
815,12
Portalegre
118506
1,12%
6065
19,54
Porto
1817172
17,20%
2395
758,74
Santarém
453638
4,29%
6747
67,24
Setúbal
851258
8,06%
5064
168,10
Viana do Castelo
244836
2,32%
2255
108,57
Vila Real
206661
1,96%
4328
47,75
Viseu
377653
3,58%
5007
75,43
Portugal Continental
10047621
95,13%
88946
112,96
Regiões autónomas:




Madeira
262302
2,48%


Porto Santo
5483
0,05%


Região Aut. Da Madeira
267785
2,54%
801
334,31
Corvo
430
0,004%


Faial
14994
0,14%


Flores
3793
0,04%


Graciosa
4391
0,04%


Pico
14148
0,13%


S. Jorge
9171
0,09%


S. Miguel
137856
1,31%


Santa Maria
5552
0,05%


Terceira
56437
0,53%


Região Aut. Açores
246772
2,34%
2333
105,77
Total Reg. Autónomas
514557
4,87%
3134
164,19
Total da População Residente
10562178
100,00%
92080
114,71
Fonte: Censos de 2011


Tendo em conta que a percentagem de população que vive abaixo do limiar de pobreza é de 18%, através dos dados acima disponibilizados e, partindo do pressuposto irrealista que esta está distribuída equitativa com os valores da população por distrito, basta multiplicar por 18% o nº de população em cada distrito para perceber quantas pessoas vivem abaixo do limiar da pobreza por distrito. Sendo que a maior percentagem reside na população idosa.

Para além de ser a população mais idosa os que sofrem mais com a pobreza, esta também acaba por residir entre os imigrantes da Europa de leste e de África que vieram para Portugal fazer trabalho que os portugueses residentes em Portugal se recusam a fazer. População esta que, com a crise, tem começado a regressar aos seus países de origem.


A verdade é que, pelo facto de haver menos população nos distritos do interior (região onde reside uma maior percentagem de idosos), as infraestruturas básicas e cuidados básicos nessa parte do país acabam também por ser cada vez menores (menos escolas, menos centros de saúde, por exemplo).





















2.1.2 - TENDÊNCIAS DEMOGRÁFICAS

Tendo em conta que a substituição intergeracional é de 2,1 filhos por cada casal, o facto de Portugal (tal como na maioria dos países europeus) estar a ter uma taxa de natalidade inferior a esse valor associado, simultaneamente, a um aumento da esperança média de vida, faz com que tenhamos uma Europa cada vez mais envelhecida. Com os casais financeiramente melhores a ter menos filhos que os casais com mais dificuldades financeiras.
Isto faz com que o financiamento da Segurança social seja cada vez mais difícil.

POLÍTICAS DE INCENTIVO À NATALIDADE
Cada Estado/País pode apostar em várias medidas para que haja estímulo ao aumento da natalidade, seja através de subsídios, seja através de benesses fiscais às entidades patronais. Contudo, isto tem de passar pela alteração das mentalidades das entidades patronais relativamente a este problema. Se não houver alteração das mentalidades das entidades patronais, os governos de cada país pouco ou nada podem fazer para reverter esta situação. Ou seja, só através de campanhas de sensibilização junto das entidades patronais para que alterem as suas mentalidades é que este problema poderá ser revertido.

2.1.3 - TENDÊNCIAS NATURAIS E CHOQUES CLIMÁTICOS

Todos os países da Europa do sul estão cada vez mais a ser afetados pelas alterações climáticas. Com invernos e verões cada vez maiores, e mais rigorosos, em que passamos de uma estação para a outra quase sem nos apercebermos da primavera e do outono.

Os dilúvios, cheias e erosão costeira provocam cada vez mais danos no inverno e os verões cada vez mais quentes, com o problema dos incêndios a ser uma constante anual. Factos estes que tendem a agravar-se ano após ano.

No caso algarvio, começa a haver cada vez mais o problema de se tornar desértico, sendo muitíssimo importante a florestação e reflorestação na mesma região para que esse processo se atrase o mais possível (sendo, por isso, cada vez mais importante, apostar na prevenção dos incêndios, nessa região e no resto do país).
Uma outra situação tem sido a plantação cada vez maior de eucaliptais em zonas inapropriadas para os mesmos (dado ser um tipo de plantação que consome muita água, provocando a erosão dos solos). Faz sentido que este tipo de plantação exista em zonas suscetíveis de inundações durante o inverno, bem como a sua inexistência ao lado de terrenos essencialmente agrícolas.

Isto demonstra bem o quanto trabalho os Ministros da Administração Interna têm tido e vão continuar a ter.

Relativamente à erosão costeira, devido ao aquecimento global, este é mais um problema que também tem de ser resolvido por antecipação, dado que este facto está a fazer com que as praias tenham cada vez menos areia, prejudicando o turismo de veraneio no futuro, caso não seja nada feito no presente.

Este tipo de choques climáticos também tem como consequência a existência de cada vez mais problemas no setor agrícola, setor em que agricultores não se têm adaptado face a este problema (embora já vejamos, por exemplo, a viticultura do Douro trabalhar em conjunto com a UTAD no sentido de adaptar a sua produção às alterações climáticas. Facto este que deve ser expandido aos outros tipos de culturas).

2.1.4 - O CASO DAS DOENÇAS

Esta situação tem sido de maior relevância pela existência de vários tipos de gripe que têm variado de ano para ano, atingindo, de forma muito particular idosos e crianças. Daí ser tão importante a aposta na vacinação.
Muitas doenças profissionais também têm surgido, facto esse que prejudica a produtividade das empresas. É verdade que têm surgido diretivas da U.E. no sentido de aplicar legislação para diminuir este tipo de problemas, pois não só prejudica a produtividade, como também contribui para despesas do Estado com a saúde mais elevados.

2.1.5 - FLUTUAÇÃO DO PREÇO DAS MATÉRIAS-PRIMAS


Normalmente lembramo-nos logo do petróleo e da sua influência no preço dos bens essenciais de 1ª necessidade. A aposta em energias alternativas (que são mais baratas e ajudam a diminuir as importações e, também, a diminuição do imposto que incide sobre este produto pode ser uma possível solução, embora saibamos o quanto positivo é, em termos de receitas do Estado, o imposto sobre os produtos petrolíferos).



2.2 – ESTRUTURA DA POLÍTICA ECONOMICA

 “… Qual é o custo de realizar negócios no país (e em diferentes regiões dentro do país)? Em que grau as infraestruturas fundamentais cobrem o país (eletricidade, água, estradas, serviços de transporte), analisando as regiões à escala subnacional, tanto urbanas como rurais, bem como as médias nacionais? Como são os custos de transporte afetados pela carência de infraestruturas? Qual é a estrutura da política comercial e como as barreiras comerciais afetam os custos de produção, especialmente em negócios orientados para a exportação? Que incentivos existem para potenciais investidores estrangeiros e domésticos e como se compara o sistema de incentivos com idênticos sistemas de países competidores? Está o governo a investir adequadamente em capital humano através de programas de nutrição, saúde pública, controlo de doenças, educação e planeamento familiar? (in O FIM DA POBREZA, 2006)

2.2.1 – POLÍTICA DE INVESTIMENTO


Investimento Direto Estrangeiro









































Avaliação de cada IDS



1. Importância do indicador para o desenvolvimento sustentável
A Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS 2015) aponta como um dos pontos fracos na situação de partida portuguesa "uma séria dificuldade na atração de investimento direto estrangeiro, o qual poderia contribuir para o enriquecimento da 'carteira de atividades' exportadoras do País." Ainda segundo a ENDS  "(...) a obtenção de um maior crescimento exige um forte e melhor investimento privado, nacional e estrangeiro."
2. Objetivo da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS)
Segundo objetivo: Crescimento sustentado e competitividade à escala global. Na ENDS 2015 não existe meta associada a este indicador.
3. Evolução do indicador
IDE: Em Portugal, entre 1996 e 1998, o IDE, em percentagem do PIB, apresentou um perfil ascendente. Os anos subsequentes foram marcados por fortes oscilações e, entre 2007 e 2010, os valores do indicador regressaram a níveis mais baixos, o que poderá estar associado à crise económica. Em 2011, o indicador registou uma melhoria, passando o IDE a representar 4,4% do PIB. No período 2004-2011, Portugal observou sempre valores superiores aos da UE27, com exceção dos anos de 2007, 2009 e 2010.

IDPE: O IDPE nacional, em percentagem do PIB,  apresentou um perfil ascendente entre 1997 e 2000 (o ponto máximo da série em análise). Entre 2001 e 2010 o indicador registou uma tendência descendente, atingindo o mínimo de -3,3% do PIB. Em 2011 o indicador aumentou para 5,3% do PIB. Comparativamente à média da UE27, no período 2004-2011, Portugal observou valores sistematicamente inferiores aos da UE27, entre 2007 e 2010,  e um valor superior, em 2,4 p.p., em 2011.
4. Definição / conceito / nomenclaturas utilizadas / Âmbito geográfico
"O investimento direto estrangeiro em Portugal tem por objetivo a obtenção de laços económicos estáveis e duradouros dos quais resulte, direta ou indiretamente, a existência de efetivo poder de decisão por parte do investidor direto numa empresa a constituir ou já constituída em Portugal. Considera-se como indicador da existência de uma relação de investimento direto estrangeiro a detenção, por parte de cada investidor direto não residente de, pelo menos, 10% do capital social da empresa de investimento direto residente. Esta indicação não exclui a possibilidade de existência de relações de investimento direto em casos em que a participação no capital da empresa de investimento direto seja inferior a 10%." (Fonte: Banco de Portugal)

"O investimento direto de Portugal no exterior tem por objetivo a obtenção de laços económicos estáveis e duradouros dos quais resulte, direta ou indiretamente, a existência de efetivo poder de decisão por parte do investidor direto numa empresa a constituir ou já constituída no exterior. Considera-se como indicador da existência de uma relação de investimento direto no exterior a detenção, por parte de cada investidor direto residente de, pelo menos, 10% do capital social da empresa de investimento direto não residente. Esta indicação não exclui a possibilidade de existência de relações de investimento direto em casos em que a participação no capital da empresa de investimento direto seja inferior a 10%." (Fonte: Banco de Portugal))

"Nas estatísticas de IDE, a convenção de sinais da Balança de Pagamentos não é aplicada. Isso significa que os valores do IDE,  do país no exterior e, do exterior no país, são publicados com um sinal de positivo. Um sinal negativo para os fluxos indica desinvestimento, em ambos os casos". (Eurostat, adaptado)

Âmbito geográfico: Portugal e UE27.
5. Fórmula de cálculo / metodologia de cálculo do IDS / periodicidade
Fórmulas:
(IDE/PIB)*100
(IDPE/PIB)*100

Periodicidade: Anual.
6. Fonte(s)
Eurostat.

Nota: A análise deste indicador deverá ser cuidada, dada a possível inclusão de fluxos triangulares. Adicionalmente, o facto de o endividamento nacional ser relativamente elevado em termos europeus condiciona também a análise comparativa do indicador IDPE.
7. Referências e outros elementos de informação adicionais






Neste sentido, podemos dizer que a política de continuidade para atração de IDE em Portugal e a estratégia das empresas portuguesas investirem no exterior (especialmente nos países pertencentes à CPLP), pode garantir um aumento do bem-estar interno. Contudo, por muito irónico que pareça, a troca comercial com países fora da UE pode ser mais positiva que com países da UE (especialmente com países da UE que são mais ricos).
Para defender esta tese vou partilhar uma parte dos apontamentos da disciplina de História do Pensamento Economico…
Se formos relembrar o que escreveram pensadores económicos como Adam Smith e David Ricardo, ficamos a perceber por que razão é mais vantajoso fazer trocas comerciais com países mais pobres que nós mas que tenham, em média, uma taxa de crescimento do PIB superior à nossa (como é o caso do Brasil, Angola ou Moçambique, por exemplo).
Adam Smith escreveu em “A RIQUEZA DAS NAÇÕES”, que nas trocas entre países para que um ganhe outro perde.
David Ricardo contestou esta tese através da Teoria das Vantagens Comparativas.

A doutrina de David Ricardo da Vantagem Comparativa foi que os países tinham liberdade em importar produtos alimentares. Cada país tenderá a especializar-se na produção dos bens em que tenha maior vantagem comparativa em termos de custo de mão-de-obra.

Hipóteses da teoria das vantagens comparativas:
  •          Concorrência perfeita no interior de cada país
  •          Só os produtos circulam livremente entre os países
  •          As mercadorias são trocadas em proporções de quantidade do fator trabalho
  •          Cada país dispõe de uma só técnica, que é diferente entre países
  •          Existem rendimentos constantes à escala












De acordo com o exemplo, Portugal produz vinho e tecido a um custo de mão-de-obra mais baixo do que a Inglaterra, mas produz vinho a um custo comparativamente mais barato do que tecido. Igualmente, a Inglaterra produz tecidos a um custo de mão-de-obra comparativamente mais baixo do que o vinho.

Assim, sob condições de comércio livre, a Inglaterra especializa-se em produzir tecidos e importa vinho. Isto é, a relação entre vinho e tecido na Inglaterra é de 6/5, ao passo que em Portugal é de 8/9. Cada país tem vantagem na troca se o preço internacional se situar entre os dois preços internos ou seja:

8/9<P. Internacional do tecido <6/5

Por isso, a Inglaterra pode obter mais vinho, importando-o de Portugal, em troca de tecido. O mesmo é válido para Portugal no que toca aos tecidos. Há necessidade de menos mão-de-obra relativa, em Portugal, para produzir vinho do que tecido.

Se olharmos bem para o valor em cada país, poder-se-ia chegar à conclusão de que ambos ganham, mas o país mais rico obtém maior ganho.

Se isto for uma tese válida nos dias de hoje, então podemos dizer que ao estabelecer comércio com a Alemanha, por exemplo, ambos ganham mas a Alemanha ganha mais. Ou seja, se a taxa de crescimento do PIB dependesse apenas desta troca, haveria cada vez mais afastamento entre Portugal e Alemanha. O mesmo sucede com qualquer outro país da UE em que um é mais rico que outro.

A conclusão final é que a troca com países fora da UE em termos de Exportação/Importação é mais vantajosa.

Com esta análise ao Investimento, posso dizer que acabei de fazer a abordagem mínima do que tem sido a Política de Investimento.




2.2.2 – AMBIENTE PARA A REALIZAÇÃO DE NEGÓCIOS E POLÍTICA COMERCIAL

Tendo em conta o ponto geoestratégico de Portugal, bem como a existência mentalidades comuns por parte dos Partidos que governam Portugal relativamente à Europa e ao Projeto Europeu, podemos concluir que o nosso país tem condições excelentes para a atração de Investimento estrangeiro. Essas condições, contudo, deveriam dar garantias de que esse mesmo investimento não saia de Portugal no futuro período de vacas magras (facto que não tem sido conseguido).

2.2.3 – CAPITAL HUMANO

Quando nos referimos ao capital humano, estamos a referir-nos à mão-de-obra que Portugal pode oferecer aos investidores estrangeiros.
Neste aspeto, Portugal pode ver aqui uma oportunidade para fazer reaparecer a Classe média, oferecendo cursos profissionais ao nível do ensino secundário que estejam ajustados à procura por parte dos investidores (de notar que a Classe média é considerada o motor para o crescimento económico).
Para que tal aconteça da forma mais eficiente, é fundamental que a parceria ente I.E.F.P., Escolas secundárias e Universidades/Politécnicos seja maior e que não haja entraves legais á hipótese de um licenciado numa área que não tem procura, ou apenas procura escassa, tenha a mesma oportunidade de mudar para áreas de maior empregabilidade, não lhe retirando direitos, que os estudantes do ensino secundário têm atualmente como adquiridos, na reaprendizagem.

2.2.4 - INFRAESTRUTURAS

As obras públicas executadas em governos passados na melhoria das infraestruturas demonstraram não terem sido as mais eficientes, onde o excesso de autoestradas e o desinvestimento nas infraestruturas ferroviárias foram o exemplo mais flagrante dessa ineficiência e desaproveitamento de fundos comunitários para o efeito.

Tendo em conta que Portugal é a porta de entrada para o continente europeu, uma melhoria nas infraestruturas nos portos bem como infraestruturas de acesso aos mesmos (como é o caso das ferrovias) será fundamental para o crescimento e desenvolvimento do país. Contudo, este é o tipo de investimento que não é possível de se executar em apenas uma legislatura, havendo, por isso, a necessidade de uma estratégia de continuidade que seja comum, esteja PS ou PSD na governação do país.



2.3 ESTRURA FISCAL E ARMADILHA FISCAL

Nota: relativamente a este ponto, vou abordar os seus 7 subpontos em conjunto.

Para tal, vou efetuar uma análise à evolução da taxa de desemprego, despesas com a administração pública, Consumo, PIB e FBCF, cujos gráficos da evolução destas variáveis se situam em anexo.

Relativamente às despesas correntes, as despesas com pessoal quase que duplicaram no período 1995/2004. Havendo, especialmente entre 1997 e 2002, um aumento de 6.000 milhões de euros nesta rubrica (de notar que as taxas de desemprego entre os anos de 1998 e 2001 foram baixíssimas, tal como se pode ver no quadro abaixo),


Havendo, por isso, uma relação direta entre as taxas de desemprego e custos com pessoal na Administração Pública durante esse período.


No entanto, tem de se admitir que a tentação de ter um peso da Administração pública inferior a 60% do PIB (embora com défice superior a 3%) foi, provavelmente, a principal razão para este tipo de medida.

Entre o período 1995 e 2010 (equivalente a um ciclo económico e metade do ciclo económico seguinte) não houve grandes alterações em termos de Investimento público, havendo cada vez mais a tendência para este tipo de despesa diminuir devido à crise instalada (que acabou por ser uma medida em contraciclo, dado estarmos no período do ciclo económico que requer mais investimento público para “alavancar” a economia). O normal seria e deveria ter sido mais investimento público no período recessivo do Ciclo Económico e diminuição deste mesmo investimento no período expansionista (período onde deve-se efetuar politicas económicas de Poupança).

Por via de políticas de má gestão, tanto estatal como no setor privado*, Portugal e a maioria dos países da União Europeia não conseguiu entrar na Zona Euro (em 2002) com o pé direito. O resultado foi, como sabemos, o não cumprimento das metas estabelecidas pelo Tratado de Maastricht.

*Nota: Relativamente ao Setor privado a expressão “má gestão” pode não estar bem empregue. Contudo, este setor económico está ou deveria estar consciente que, especialmente a partir de 1992/1993 (após a assinatura do Tratado de Maastricht), a gestão deveria ter sido baseada na indexação dos salários à produtividade dos seus trabalhadores. Neste sentido também podemos culpar os sindicatos, pois não representaram e nem têm representado da melhor forma os interesses dos trabalhadores (dando a sensação de que são mais representantes de partidos políticos que dos trabalhadores).

Desde então, as políticas económicas com o objetivo de atingir estas metas (assinadas no Tratado de Maastricht) não têm sido as mais adequadas, sendo na maioria das vezes medidas que vão em contraciclo, ou seja, Investirem no período em que deveriam Poupar e Pouparem no período do Ciclo Económico em que deveriam estar a investir/reinvestir. As consequências foram a necessidade de contrair empréstimos à Troika e, para que as nossas políticas económicas se voltem a adaptar aos ciclos económicos, haver a necessidade fazer Poupança num período mais alargado que o inicialmente previsto (de notar que o período do cíclico de expansão é o período em que se deve adotar políticas económicas com vista a poupar, o que faz com que políticas deste tipo tenham de ser adotadas durante mais alguns anos após a saída da Troika).


Relativamente às Receitas Correntes, vamos olhar, em primeiro lugar, para os três impostos principais (IRS, IRC e IVA), taxa de crescimento do PIB e taxa de desemprego.


Pelos valores acima indicados, verificamos que períodos de crescimento económico implicam mais rendimento e mais possibilidades de consumo de bens e serviços. Associado a isso, o resultado é um maior valor de receitas correntes através dos impostos (sem que para isso haja necessidade de alterar as taxas de imposto).


Uma das grandes questões que se poderá pôr será até que ponto a alteração percentual das respetivas taxas de imposto (para mais ou para menos) poderão ser benéficas para o crescimento económico da economia?

Se nos pusermos no lugar dos empresários, chegamos à conclusão que, mais importante que as taxas de impostos é a estabilidade da política económica referente aos mesmos. A garantia de estabilidade fiscal dá aos empresários uma maior estabilidade para gerirem da melhor forma as suas empresas. Tendo em conta a mentalidade de fuga aos impostos por parte dos portugueses, as alterações, até mesmo para menos, das taxas de imposto, não significam maior capacidade para investimento ou reinvestimento e consequente diminuição do desemprego.

Se nos reportarmos ao investimento estrangeiro em Portugal, as coisas já são vistas de forma diferente, já que este tipo de investimento aumenta quando o Estado lhes concede benefícios fiscais. Podemos ver ou rever o caso das multinacionais, que se preocupam em maximizar o lucro baseando-se numa estratégia de gestão baseada na minimização dos custos dos fatores de produção. Numa primeira fase vimos a deslocação dessas empresas darem-se para os países da Europa de Leste, numa segunda fase estas multinacionais viraram-se para os países asiáticos e, recentemente, algum investimento estrangeiro situado na China já se tem virado para os países africanos como a Etiópia (de notar que no caso das empresas chinesas, algumas já se deslocaram para países africanos como Moçambique, por exemplo). Tudo isto com o objetivo manterem o aumentarem, de forma contínua, os seus lucros, agindo em termos de gestão como se menos lucro fosse igual a prejuízo.

Voltando ao quadro acima, também verificamos as consequências em termos de receitas correntes da crise financeira de 2008 que, tal como foi politicamente referenciado, teve influência apenas a partir de 2009.

No espaço de 4 anos (de 2008 a 2012) verificou-se um aumento da taxa de desemprego para quase o dobro (no entanto não podemos deixar de sublinhar as politicas económicas que foram feitas de combate ao desemprego).

No início de 2009, o governo daquela época tomou a iniciativa de conceder dois tipos de estágios para desempregados recém-licenciados, um deles para desempregados com a idade até 35 anos e outro para desempregados com idade acima dos 35 anos.

As consequências destas medidas acabaram por ser apenas a de adiar, para pelo menos mais um ano, o enorme aumento de taxa de desemprego. A iniciativa governamental até era boa, apesar de ter contribuído para aumentar a despesa e o consequente défice (dado que o Estado oferecia a esses mesmos estagiários o equivalente à remuneração média praticada naquela altura (mais ou menos 700 euros)). Ainda conseguiu-se assistir a uma ligeira melhoria nas receitas no ano de 2011, receitas essas forçadas pelo aumento de impostos que surgiu a partir da entrada da troika no nosso país (e não por consequência da existência de crescimento económico). Isso vê-se refletido nos valores percentuais da taxa de desemprego. A juntar a tudo isto, ainda temos que referir que os efeitos da crise económica se mantiveram quando surgiu o período mais profundo de crise cíclica (no ano de 2012 e primeiro semestre de 2013) que na comunicação social foi descrito como “Tempestade Perfeita”.

A única solução para este problema acaba por ser adotar políticas de crescimento económico que não impliquem a necessidade de aumento da despesa do Estado (para evitar novas medidas de contraciclo).

Mais à frente citarei exemplos de medidas para atingir este objetivo pois é de muitíssima importância que as medidas de política macroeconómica para a economia portuguesa e europeia estejam em concordância com o período de ciclo económico que estivermos a atravessar.

Tal como Ângela Merkel já citou por uma vez em público, a Classe Média é o motor para o crescimento económico.

Para tal terá de se adotar medidas que façam reaparecer esta mesma classe trabalhadora (onde se inserem, na maioria dos casos, profissionais técnicos com grau de equivalência ao 12º ano de escolaridade).


Para que tal suceda, é necessário aumentar e melhorar a parceria entre as instituições do Estado, como por exemplo a parceria entre escolas secundárias com cursos técnico-profissionais e o IEFP.

A razão é muito simples, o IEFP tem nas suas mãos a noção e perceção do que é a procura e oferta de mercado de trabalho em cada região do país, logo através dessas informações, as escolas secundárias (públicas e privadas) serão “obrigadas” a oferecer os cursos técnicos com maior procura na região onde essas escolas se situam. A consequência é o aumento da eficiência do Estado com a educação, aumento da produtividade dos funcionários destas mesmas instituições (especialmente por parte do pessoal docente), sem que tenham de trabalhar mais para isso, e consequente aumento da Classe Média, a classe que mais garantias dá para o crescimento económico.


No caso de setor privado, aumento de parcerias entre empresas e universidades (onde se situam os polos de investigação dos quais se pode obter estudos que visam estratégias para aumentar a produtividade e competitividade das empresas portuguesas). 


O caso dos sindicatos

Os sindicatos têm sido uma espécie de pedra no sapato de qualquer governo. Contudo, não deixam de estar ligados a partidos políticos (até mesmo o caso da UGT, que, de forma mais ou menos direta, está ligada ao PS e PSD, partidos que se alteram na governação) fazendo disso o pior de todos os erros crassos.

Tendo como data de referência a década de 1970, no período pós 25 de Abril de 1974, concluímos desde logo que os sindicalistas têm andado parado no tempo e defendido ideias contrárias à realidade socioeconómica do país.

Quando estudei História do Pensamento Económico na minha licenciatura, verifiquei que nas décadas de 1950 e 1960 surgiram os novos monetaristas, que pegaram na Teoria Quantitativa da Moeda, Teoria esta que tinha surgido pela 1ª vez no período do mercantilismo, entre finais do século XVI até meados do século XVIII, ou seja, no período anterior à Revolução Industrial.


Para me facilitar a tarefa, vou expor o que era a Teoria quantitativa da moeda para os pensadores dessa época (recorrendo-me aos meus apontamentos):



“A maioria dos mercantilistas sabia do relacionamento direto entre a quantidade de moeda e o nível de preços, afirmando que “a abundância de moeda num reino torna efetivamente mais caras as mercadorias nativas”.
MV = PT*

M – Meio de pagamento monetário disponível para efetuar transações na economia.
V – Número de vezes em que as unidades de pagamento trocam de mãos num dado período de tempo.
P – Nível médio de Preços.
T – Quantidade de bens e serviços disponíveis que serão adquiridos.

Fisher sustentava que há um relacionamento causal direto entre a quantidade de moeda e o nível geral de preços, enquanto a velocidade e as transações são constantes no Curto prazo → Teoria Quantitativa da Moeda.
Ou seja, quando ∆M →∆P.
Poucos mercantilistas aceitavam o processo inflacionário.
Parecia contraditório que defendessem uma contínua acumulação de metais monetários através de uma balança de Comércio favorável. Mas há uma explicação para esta aparente contradição de objetivos, a qual pode ser encontrada no efeito que, segundo julgavam, as mudanças em M seriam sobre T e não sobre P. Isto é, pensavam que os aumentos de moeda “induzem o comércio” em vez de produzir inflação de preços. Desta forma salvaram, de uma aparente contradição de objetivos, os seus pontos de vista de uma Balança de comércio favorável.

Se ∆M → ∆P → a moeda “acelera o comércio”

- Se os preços internos subirem? Mantém-se a vantagem de uma Balança de Pagamentos superavitária”


* A T.Q.M. foi formulada inicialmente por David Hume (séc. XVIII)

Acrescentando agora a linha de pensamento monetarista das décadas de 1950 e 1960…
(para me facilitar, a parte que vem a seguir é copy-paste dos meus apontamentos da disciplina de História do Pensamento Económico, do capitulo sobre os monetaristas)
“…Onde foi retomada mais tarde por parte dos autores Fisher e Marshall, que a inovaram e modificaram.





V = PIB/M


Para compreendermos melhor os Monetaristas, necessitamos de introduzir o conceito de (V). Este conceito deveu-se a Marshall e Fisher e mede a velocidade a que a moeda circula através da economia ou muda de mãos, ou seja, é o rácio entre o PIB nominal e a quantidade de moeda: V = PIB/M.







































































































Se os preços baixam, os salários reais que vigoram na economia aumentam e as empresas apercebem-se desse aumento imediatamente, logo contraem a Curva de Procura de Trabalho.


Os trabalhadores não se apercebem logo de que houve esta diminuição dos preços porque eles tomam as suas decisões com base no salário real esperado e não com base no salário real efetivo.

Perante isto, há que distinguir duas situações:
  •           A situação de curto prazo, ou seja, a passagem de 0 →1.
Quando os trabalhadores não se apercebem da alteração dos preços e a Curva de Oferta de Trabalho fica fixa, o salário nominal diminui e o nível de emprego também, logo surge uma situação de desemprego. Este desemprego é voluntário porque em (1) há equilíbrio entre a Curva da Oferta e a Curva de Procura. As pessoas que estão dispostas a trabalhar àquele salário estão empregadas e aquelas que querem ganhar mais estão desempregadas.

  •          A situação de longo prazo, ou seja, a passagem de 1 → 2.


Os trabalhadores começam-se a aperceber que os preços já não são Po e, portanto, vão começar a ajustar as suas expetativas e a Curva de Oferta de Trabalho vai deslocar-se sucessivamente até atingir o ponto (2) em que o volume de emprego se mantém igual ao inicial, ou seja, se mantenha na sua taxa natural de desemprego.


Desemprego Natural

De acordo com Friedman, existe para qualquer economia um nível de equilíbrio do produto ao qual corresponde uma taxa natural de desemprego. Esta é a combinação emprego/salário real para a qual a Oferta de Trabalho iguala a Procura e onde não existem erros na formulação das expetativas (P = Pe).


Este estado natural também acontecia no modelo Clássico. Então qual a diferença?

A diferença está no facto de os Monetaristas aceitarem que no curto prazo a economia se pode afastar da situação de pleno emprego.




Comparação das abordagens Monetarista e Keynesiana




Podem-se observar nos gráficos da SA e da DA. As diferenças são de dois tipos: Umas centram-se no comportamento da DA e outras no comportamento da SA.


As duas Escolas estão em desacordo quanto aos fatores que influenciam a Curva da Oferta Agregada (SA).




















A Instabilidade da Curva de Phillips

Os Monetaristas também se preocuparam com a Curva de Philips.

Na década de 1950 surgiram uma série de debates em que o principal assunto era a Inflação. Porquê? Porque esta inflação constituía o principal problema com que se confrontavam os políticos. Este debate foi dominado pelo chamado conceito da Curva de Phillips (isto não quer dizer que antes não se tivesse falado da inflação).

A Curva de Phillips original dizia que existia um trade-off entre a taxa de inflação (π) e a taxa de desemprego (μ) e que este trade-off era uma relação estável e que, de certa forma, era uma relação estável para a economia. Se aumentava π diminuía μ e vice-versa, contudo, a partir de meados da década de 1960, verificou-se que havia uma tendência para o crescimento da π. O problema era que o aumento da π não fazia diminuir μ.

Isto veio introduzir alguma instabilidade da Curva de Phillips. Porquê? Porque parecia que ela já não explicava tão bem a realidade económica.

Esta situação veio a agravar-se por volta dos anos de 1970 devido ao chamado Choque Petrolífero, pois quando aumentava a π e aumentava μ, então a Curva de Phillips original estava posta de parte. É nesta altura que se chega à conclusão que afinal não existe apenas uma Curva de Phillips mas sim um conjunto de Curvas de Phillips no curto prazo.


Este facto foi abordado teoricamente por Friedman e Phelps. Estes autores criticavam a visão Keynesiana, defendendo a importância de incorporar as expetativas de inflação no processo de negociações salariais.




















Com isto passamos a ter duas situações:
  •          Um conjunto de Curvas de Phillips negativamente inclinadas no curto prazo.
  •            No longo prazo, uma Curva de Phillips vertical ao nível da taxa natural de                    desemprego.


O que significa a Curva de Phillips vertical no longo prazo?

Significa que, em termos de política económica, a manutenção de um nível de desemprego abaixo da taxa natural só era possível no curto prazo, ou no longo prazo, mas apenas com uma situação de inflação crescente ou acelerada.


Política Monetária na perspetiva Monetarista

Os monetaristas não defendiam a utilização de políticas monetárias discricionárias, ou seja, uma política monetária única. O que eles diziam era que a implementação de uma política monetária expansiva com o objetivo de diminuir a taxa de inflação vai, no longo prazo, gerar apenas mais inflação.

Assim, a política monetária só terá efeitos sobre as variáveis reais da economia, ou seja, enquanto a taxa de inflação esperada for diferente da taxa de inflação observada (válido apenas no curto prazo).
Mas no longo prazo a π = πe e as variáveis reais, nomeadamente o desemprego, estão no seu nível natural de desemprego e estão determinadas nos fatores reais da economia. Assim, os Monetaristas aconselham as autoridades monetárias a adotarem regras na condução da política económica. É aquilo que elas chamam de Regra Monetária Fixa, ou seja, a adotarem uma taxa de crescimento de stock de moeda que seja constante ao longo do tempo, o que evita, segundo eles, as fontes de instabilidade económica. Eles justificam esta posição com base na dificuldade de prever a evolução da economia e os efeitos da política adotada.


Eles fizeram uma análise retrospetiva e concluíram que no passado as autoridades monetárias, ao adotarem políticas pontuais, acabaram por desestabilizar ainda mais a economia









































Com isto chegamos à conclusão que os sindicatos estão parados, em termos de mentalidade, nos anos de 1970.

A partir do momento em que assinámos o Tratado de Maastricht, tanto empresas como o setor estatal deveriam ter passado a fazer uma gestão de indexação dos salários à sua produtividade. A obrigação dos sindicatos seria a de forçarem as empresas a gerirem de acordo com esse método e não a de persistirem na indexação dos salários à inflação esperada. 
  

É desta forma que acabo de terminar o Ponto III do Guia Diagnóstico.



2.4 – GEOGRAFIA FÍSICA

2.4.1 – CONDIÇÕES DE TRANSPORTE

Neste subponto vou-me focar nos vários tipos de transporte e acessibilidade por parte de passageiros e empresas aos mesmos.

Começando pelos portos marítimos:
O porto principal em termos de mais e melhor capacidade para carga e descarga de mercadorias é o porto de Sines.

O facto de ser um porto de águas profundas (que o diferencia dos outros), permite que haja mais navios a recorrer a esse mesmo porto para cargas e descargas.

Apesar de existirem os portos de Lisboa, Aveiro, Matosinhos e Leixões, no que diz respeito a importações e exportações de mercadorias o porto de Sines situa-se numa zona que, por ser de águas profundas, o torna mais competitivo (quando comparado com os outros portos).

Portos como por exemplo o de Lisboa ou do Funchal têm mais influência no setor do turismo.

Como podemos ver através dos dados dos Censos 2011, a maior percentagem da população portuguesa reside nos distritos do litoral. Distritos onde se situam a maioria das principais empresas (dado que lhes convém estar o mais perto possível das infraestruturas ferroviárias, rodoviárias e portos marítimos, pois dessa forma podem importar e exportar produtos com preços mais baixos, devido a menores custos de transporte). Com isso, e por arrastamento, é também nestes distritos que existem melhores condições socioeconómicas para a subsistência das famílias.

Não podemos, no entanto, esconder a realidade de empresas com sede no litoral começarem a aumentar as suas filiais próxima da fronteira com Espanha, para que no caso de importação e exportação de produtos nas trocas comerciais com os países da UE haja os menores custos de transporte que lhes é possível.

Para complementar esta avaliação, podemos consolidar, através do mapa ferroviário de Portugal, os motivos que levam a população residente situar-se mais nos distritos do litoral.
De notar o desinvestimento em ferrovias que tem sucedido desde o período em que Cavaco Silva foi 1º ministro (época em que foi criticado pela política do betão em detrimento das ferrovias) e que os governos seguintes não reverteram.

Comecei a trabalhar nos períodos de verão a partir dos 16 anos. O meu primeiro trabalho foi ser fiel de armazém numa empresa de comércio de peças de automóveis. Eu fazia parte do conjunto de empregados que estavam na secção de despachos, onde se aviava, conferia e embalava as mercadorias, que depois eram enviadas pelo transporte ferroviários, rodoviários ou via CTT.

Sou de Torres Vedras e na altura a Linha do Oeste tinha grandes níveis de produtividade ao nível do transporte de mercadorias. Só a empresa cujo nome é “Rações Valouro” garantia a sustentabilidade da Linha do Oeste através dos comboios de mercadorias com material apenas dessa empresa. Nessa época, era possível enviar uma mercadoria de Torres Vedras para Bragança (via Lisboa – Stª Apolónia) de um dia para o outro. Contudo, ao optar-se pela política do betão, desinvestiram nessa linha ferroviária apostando em autoestradas como a A8 (cujo troço entre Malveira e Torres Vedras foi finalizado no verão de 1995 e no inverno desse mesmo ano, com o aparecimento das chuvas, essa autoestrada ficou completamente danificada, coincidindo esse facto com o abatimento de um dos túneis da CREL). Devido a esse desinvestimento, e para garantir a competitividade, empresas como a acima referida tiveram de substituir a via ferroviária pela via rodoviária para a escoação dos seus produtos. Pelos valores monetários que o transporte de mercadorias estava fixado, foi uma época em que a via ferroviária era mais competitiva que a rodoviária. A conclusão a que se chegava e que se chega, é que se deveria ter feito mais investimento ferroviário nem que fosse numa escala 60/40, ou seja, 60% betão e 40% melhoria das ferrovias. Este foi um de vários exemplos da não aplicação eficiente dos recursos vindos de Bruxelas.

Já neste século, vi investimentos por parte da CP em novos comboios, como por exemplo Alfa-pendulares e a respetiva eletrificação das linhas onde eles passam. No entanto, as linhas não estão adaptadas de forma a maximizarem o potencial destes comboios. Por exemplo, se virmos os horários e nº de estações onde Alfa-pendulares e intercidades passam, chegaríamos á conclusão que se os Intercidades fizessem o mesmo nº de paragens, só chegariam com mais ou menos 15 minutos de atraso em relação aos Alfa-pendulares. É caso para perguntar se realmente este investimento está a ter o retorno esperado e se, por exemplo, tivessem optado, em substituição, pela eletrificação da Linha do Oeste não obteriam um retorno económico superior.

Agora estão a pensar em fazer uma linha de TGV de forma a maximizar o potencial que o porto de Leixões pode ainda dar. Tendo em conta o superior interesse do país, por que razão PS e PSD não se uniram para apoiar esta obra na governação anterior? O projeto TGV tal como inicialmente estava previsto não tinha a viabilidade económica desejada, mas isso não era sinónimo de abandono completo desse mesmo projeto, dado que havia e continua a haver alguns troços que garantiriam viabilidade económica, embora Espanha e França saíssem mais beneficiados que Portugal com este tipo de obra. Daí fazer todo o sentido que a obra seja financiada pela totalidade através de fundos comunitários.

 Não seria este tipo de infraestrutura que ajudaria a um crescimento e desenvolvimento económico do interior do país, levando mais empresas (que importam e exportam para os restantes países da Europa) a deslocarem para o interior e também, por arrastamento, deslocamento de uma percentagem da população residente do litoral?

2.4.2 – DENSIDADE POPULACIONAL

De certa forma este tópico já foi tratado no subponto anterior.
A densidade populacional em cada região é tanto maior quanto maiores e melhores forem as infraestruturas que poderão contribuir para um melhor bem-estar da população residente.

Para que a densidade populacional seja, em termos regionais, mais bem distribuída, é necessário que hajam infraestruturas de quantidade e qualidade idênticas e homogéneas em todas as regiões do país.
Neste sentido, também não se pode descurar do problema do envelhecimento da população devido a uma natalidade cada vez mais baixa.




2.4.3 – CONDIÇÕES AGRÍCOLAS

Neste subponto terei de abordar a questão das alterações climáticas e as suas consequências futuras, dado que a agricultura começa a ser seriamente afetada por este problema global.

Escusado será dizer que o mesmo se irá passar com outros setores considerados chave para o crescimento e desenvolvimento de Portugal, como será o caso do Turismo.
Vejamos o seguinte artigo referente a um relatório sobre as alterações climáticas realizado pela ONU e editado em março de 2013. 

“…Construir mais barragens e apostar na agricultura de regadio são algumas opções recentes de Portugal que podem vir a estar em causa no futuro, devido à subida do termómetro global, segundo um novo relatório da ONU sobre as alterações climáticas. Uma Europa mais quente irá enfrentar mais “falhas sistémicas”, afetando inúmeros sectores e países ao mesmo tempo.
Com um clima mais seco e com menos água nos rios, a produção hidroeléctrica no Sul da Europa pode cair até 15% em 2050, em relação aos níveis de 2005. Pelo mesmo motivo, a rega não será boa alternativa para compensar os efeitos das alterações climáticas na agricultura, onde pode haver perdas de até 25%, num cenário extremo.
A contradição entre as apostas de hoje e o que pode acontecer no futuro é um dos alertas que emergem do novo relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), cuja síntese é divulgada esta segunda-feira em Yokohama, no Japão. É o segundo volume de uma série de três sobre as causas, as consequências e as soluções daquele que é tido como o maior desafio da civilização humana neste século.
Cientistas e governos discutiram palavra a palavra, em Yokohama na última semana, a redação final do “sumário para decisores políticos”, um documento com cerca de 30 páginas que é agora divulgado. O resumo baseia-se num documento maior, com mais de 2000 páginas, com uma avaliação minuciosa sobre o que a ciência sabe acerca dos impactos do aquecimento global, e que será disponibilizado nos próximos dias.
Segundo o rascunho final deste documento alargado, visto pelo PÚBLICO, os impactos na Europa – que ocupam um dos 30 capítulos do relatório – serão sentidos sobretudo nos países do Sul, incluindo Portugal. Sectores como a saúde, o turismo, a energia, as florestas e a agricultura serão particularmente afetados.
O relatório porá em evidência a complexa ramificação de efeitos que os europeus vão sentir num mundo mais quente. Um bom exemplo é o da energia. As necessidades de aquecimento podem diminuir 11% a 20% até 2050 e as de arrefecimento podem subir 74% a 118% até 2100, na Europa como um todo. Como há menos casas hoje com ar condicionado do que com aquecimento central, o saldo final pode ser positivo, ou seja, a Europa vai consumir menos eletricidade para produzir calor e frio.
O sistema elétrico vai ter, no entanto, de se preparar para mais picos de consumo no Verão, sobretudo em países que hoje têm temperaturas moderadas nessa estação.
Além disso, a forma como a eletricidade será produzida enfrentará novas dificuldades. Até 2050, não estão previstas grandes alterações na energia eólica, mas na segunda metade do século o seu potencial pode decrescer. Com as mudanças regionais na quantidade de chuva, a produção hidroeléctrica pode aumentar 5% a 14% na Escandinávia, mas diminuir em 6% a 36% na Europa continental e 5% a 15% no Sul até 2100.
As centrais térmicas enfrentarão problemas com os seus sistemas de arrefecimento no Verão, devido à menor disponibilidade de água nos rios. Pode haver uma queda de 6% a 19% na sua operação durante o Verão.
Na agricultura, o Norte da Europa sairá beneficiado, com aumento na produtividade, mas o Sul poderá sofrer grandes prejuízos. Se a temperatura média na região subir 5,4 graus Celsius – um cenário extremo –, as culturas de sequeiro podem ter perdas de até 25% em 2080, sacrificando 1% ao PIB.
Aumentar o regadio “pode não ser uma opção viável”, devido à redução da água que corre nos rios e está depositada no subsolo, segundo a versão preliminar do relatório do IPCC. Um estudo referente à Itália, citado no relatório, estima que os custos do regadio podem subir até 27%.”
 (in Jornal PUBLICO)

A que acrescemos, por parte do site www.bbc.co/br...

“…"Ninguém neste planeta ficará imune aos impactos das mudanças climáticas", disse o diretor do IPCC, Rajendra Pachauri, a jornalistas nesta segunda-feira.
O secretário-geral da Associação Mundial de Meteorologia, Michel Jarraud, disse que se no passado as pessoas estavam destruindo o planeta por ignorância, agora já não existe mais esta "desculpa".




Nos próximos 20 a 30 anos, sistemas como o mar do Ártico estão ameaçados pelo aumento da temperatura em 2 graus Celsius. O ecossistema dos corais também pode ser prejudicado pela acidificação dos oceanos.

"Ninguém neste planeta ficará imune aos impactos das mudanças climáticas"~
Rajendra Pachauri, diretor do IPCC


Um ponto específico levantado pelo relatório é a insegurança alimentar. Algumas previsões indicam perdas de mais de 25% nas colheitas de milho, arroz e trigo até 2050.
Enquanto isso, a procura por alimentos vai continuar aumentando com o crescimento da população, que pode atingir nove bililhões de pessoas até 2050.
"Na medida em que avançamos [as previsões] no futuro, os riscos só aumentam, e isso acontecerá com as pessoas, com as colheitas e com a disponibilidade de água", disse Neil Adger, da universidade britânica de Exeter – outro cientista que assina o relatório.
Trabalhadores que atuam ao ar livre – como operários da construção civil e fazendeiros – estarão entre os que mais sofrerão. Há também riscos de grandes movimentos migratórios relacionados ao clima, além de conflitos armados.

Quem paga?


Em lugares como a África, as pessoas estarão particularmente vulneráveis. Muitos que deixaram a pobreza nos últimos anos podem voltar a ter condições de vida miseráveis.


Quando tive a iniciativa de fazer este trabalho, parti do pressuposto que no final seria ou será possivel substuir o setor da construção civil pelo setor do turismo como motor para o crescimento e desenvolvimento económico de todas as outras atividades produtivas. Mas perante o relatória acima referido, será possivel esta ideia?

Em primeiro lugar, temos de perceber que numa primeira fase (mais ou menos uma geração) a estratégia deve passar por um ajustamento das culturas agrícolas às variações climáticas, facto esse que já está a ser executado, exemplo disso é o caso da região vitivinícola  do Vinho do Porto, onde estão a fazer parcerias com universidades no sentido de conseguir ter cepas resistentes às alterações climáticas. É desejável que este tipo de aposta seja feito em outras culturas típicas de Portugal.


Tendo em conta os dados da figura acima, não me parece que os países mais ricos e mais poluidores tenham interesse adotar políticas que possam, pelo menos, retardar o problema das alterações climáticas, dado que, em termos económicos, irão ser os mais beneficiados e, no caso da Rússia, pode até ajudar a exploração de petróleo na parte do Oceano Ártico que a esse país diz respeito, dado que o efeito do aquecimento global vai permitir menores custos de exploração. Ou seja, os países do sul da Europa serão os mais prejudicados, não só na parte da produção agrícola como também até no aparecimento de cada vez mais doenças que no dias de hoje são mais comuns no deserto e nos trópicos. Facto esse que irá dificultar a sobrevivência da espécie humana em países como o nosso (isto, apenas no longo prazo, entre 2050 e 2100), salvo se houver evolução científica que reverta ou atrase esta situação.


2.4.4 – ECOLOGIA DAS DOENÇAS

Como é que a ecologia afeta a influência das doenças e sua mudança ao longo do tempo? Como está o país preparado para doenças derivadas das alterações climáticas (onde o dengue na Ilha da Madeira já foi um dos exemplos e outras futuras doenças tipicamente tropicais como a malária)? Quais as possíveis consequências na economia de doenças animais, como já foi o caso da gripe das aves e a doenças das vacas loucas?

Para além das questões aqui expostas, outras tantas se podem pôr relativamente a este subponto.


Neste sentido há que tirar proveito dos estudos efetuados e copiar os melhores exemplos onde alguns destes problemas já sucederam ou têm sucedido.


2.5 – PADRÕES E FALHAS DE GOVERNAÇÃO

“…A quinta categoria do guia diagnóstico trata de padrões de governação, para além das especificidades do processo orçamental e das políticas económicas pormenorizadas. A história tem demonstrado que a democracia não é um pré-requisito para o desenvolvimento económico. Por outro lado, um regime despótico, arbitrário e sem lei facilmente destrói uma economia. Existe um estado de direito, ou apenas o domínio arbitrário de um ditador? Os sistemas de gestão pública – registo de empresas, transação de propriedades, contencioso, concursos públicos, trabalham eficientemente? Existem serviços públicos como água e saneamento, eletricidade, saúde e educação básica eficientemente providos (tendo em conta os recursos disponíveis), ou estão sujeitos a desperdícios e fraudes em massa? A corrupção é generalizada e a que níveis do governo? Está a sucessão de um governo para o seguinte regularizada, ou sujeita aos caprichos e ao abuso dos atuais líderes? Os serviços públicos são operados em nome de uma pequena elite, uma região do país ou um grupo étnico e/ou económico em particular?” (in O FIM DA POBREZA, 2006)

Reportando-me ao caso de Portugal…
No que diz respeito à democracia em Portugal, os dados económico-sociais do período pós 25 de abril até à atualidade mostram que Portugal só andou equilibrado nos períodos da presença do FMI e recentemente da Troika, não sendo, por isso, de admirar que nas próximas décadas os nossos credores se mantenham a vigiar o nosso país. Ou seja, mesmo estando num estado de direito e em democracia, os políticos portugueses têm demonstrado alguma incapacidade para governar o seu próprio país.

Relativamente aos sistemas de gestão pública, a aposta na existência de notários no setor privado – uma das coisas consideradas de serviço feito pelo setor público – veio demonstrar que existem serviços outrora prestados pelo Estado que podem ser feitas no setor privado de forma mais eficiente. Com isto pode-se levantar a questão: “Quantos serviços mais atualmente executados no setor estatal poderão ser feitos pelos privados de forma ainda mais eficiente?” e com isto, “quantos custos a menos o Estado poderia ter, sem que para tal os contribuintes não tivessem de pagar mais do que atualmente pagam (os serviços prestados pelas Lojas do Cidadão, por exemplo)?”

Relativamente aos serviços públicos essenciais como o acesso a água potável, saneamento básico, saúde e educação básica, tem havido períodos em que a oferta excede a procura contribuindo para a existência de desperdícios (o período de governação Guterrista foi um dos grandes exemplos). Já a partir do período de Sócrates até à atualidade começou a suceder o contrário, ou seja, a procura ser fortemente superior á oferta, criando situações excessivas de diminuição do bem-estar da população.

Numa primeira fase, José Sócrates tentou resolver fechando os serviços que Guterres tinha aberto em excesso, mas com a pressão dos credores em cortar nas gorduras, especialmente durante o período de assistência financeira, esses cortes excederam-se criando a diminuição de bem-estar a que atualmente assistimos.

Relativamente à corrupção, não sendo excessiva, tem sido um jogo de dados viciados entre partidos da governação e setor empresarial, desde o Caso dos Submarinos até ao Caso Freeport, denegrindo fortemente a classe política que estava envolvida e fazendo com que cada vez mais haja portugueses a afastarem-se da política e a identificarem-se cada vez menos com os partidos políticos. Não podemos esquecer o facto de cada ministro que vai para um governo sai sempre de lá para cargos de relevo ao nível da gestão (lembremo-nos, por exemplo, de António Vitorino e a sua ligação á PPP Lusoponte).

Neste sentido não há dúvidas nenhumas que este tipo de manobras têm sido exemplos de corrupção que já chegou a ser rotulada de forma diferente pelo jornalista e escritor Miguel Sousa Tavares, no sentido de distinguir estes casos dos casos mais básicos que são as chamadas “cunhas”.

Por exemplo, pessoas com epilepsia ou doenças crónicas semelhantes. Qual será a probabilidade da sociedade deixar-nos entrar no mercado de trabalho sem haver uma “cunha”. Será isso sinónimo de corrupção, ou apenas uma forma de eliminar, ainda que de forma muito suave, a exclusão social a que estamos sujeitos? Dá que pensar.

Relativamente a sucessão dos governos, apesar de queixarem-se sempre que encontram o país numa pior situação do que esperavam, esta mantém-se regularizada de acordo com as regras democráticas em vigor. O que sucede é o facto de os governos ficarem reféns da vontade económica dos interesses privados, dificultando, por isso, a governação do país.

Finalmente, sobre a última questão, os grupos de interesses mais gritantes surgem com a forma como se têm realizado as privatizações, na sua maioria ao desbarato, transformando-se a empresa estatal num monopólio privado (como o caso das privatizações de transportes públicos engolidas pelo Grupo Barraqueiro) ou outras privatizações de interesse estratégico que depois, após serem privatizadas, passam a funcionar em oligopólio (em vez de funcionarem em concorrência perfeita, optam por funcionar quase em cartel como o caso das empresas de combustíveis).

Tudo isto tem uma coisa em comum: os problemas na área da Justiça (que a população sente que não é acessível da mesma maneira para todos, ou seja, sentem que existe uma justiça para ricos e outra para pobres).


Recentemente, o governo pôs em vigor o novo mapa judiciário. Uma medida que pecava por tardia, contudo os dados que tem vindo a público através dos media mostram que não ficou a procura ajustada à oferta. Deslocando-se os serviços judiciais, como os Tribunais, para zonas onde a procura pelos mesmos serviços e a sua acessibilidade são menores.


2.6 – BARREIRAS CULTURAIS




















Adaptando à realidade portuguesa, e tendo em conta que não o irei fazer da forma científica que desejava mas sim de acordo com senso comum…

Está a sociedade dividida por desigualdades de classe, casta, etnia, religião ou género?
Não se pode dizer que sim, que existe essa divisão. Nos casos de etnia e religião fará mais sentido dizer que esta é feita, na maioria das vezes, por iniciativa própria.

As mulheres e raparigas enfrentam discriminações severas nos seus direitos pessoais (por exemplo, escolhas reprodutivas e sexuais) e acesso aos serviços públicos (educação, infraestruturas de saúde, serviços de planeamento familiar)?
Embora a vinda da Troika e as políticas económicas a que ficámos sujeitos tenham empurrado Portugal para um aumento das desigualdades e a descida no ranking do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), não se pode dizer que esta situação suceda em Portugal.

Podem participar com substancial igualdade de oportunidades na economia, para além da produção doméstica?
Depende do que se designa por igualdade de oportunidades. Por exemplo, no que diz respeito aos salários, em profissões iguais as mulheres, mesmo tendo produtividade semelhante, têm salários médios inferiores aos dos homens.

As normas e práticas culturais estabelecem limites às oportunidades económicas das minorias?
Quando se está em período de crise, existe a tendência de um aumento do desemprego e exclusão social dado ao excesso de oferta relativamente à procura no mercado de trabalho. No caso português, e provavelmente um pouco por toda a europa, o problema das minorias é mais relevante entre pessoas com problemas de saúde crónicos versus pessoas saudáveis.
Como referi atrás, a mentalidade existente em pessoas de etnias como a etnia cigana, comunidades indiana e chinesa, e a pertença a quase fanática a algumas religiões faz com que criem travões a si mesmos no que diz a oportunidades económicas.

A violência interétnica é generalizada?
Neste ponto pode-se referir a focos pontuais de racismo, como por exemplo a etnia cigana contra comunidade africana nos bairros sociais de Loures, por exemplo. A violência interétnica não é generalizada a todo o país. Contudo, fenómenos como os atuais “meet” podem ter efeitos de repetição os quais terão de ser tidos em atenção por parte da Policia (PSP e/ou GNR).


 Que papel, se é que existe algum, é desempenhado pelas diásporas (como as comunidades chinesa e indiana) em termos de investimento, remessas financeiras e redes sociais?

Podemos dizer que neste caso tem contribuído fortemente para o desenvolvimento do país, tanto em termos de investimento (através de criação de autoemprego e, no caso chinês apenas, na aposta na capitalização de empresas que estão em processo de privatização) como nas redes sociais. Ao contrário dos emigrantes portugueses, os chineses e indianos não enviam remessas para o país de origem, facto vantajosos para a economia portuguesa. No entanto, quanto aos imigrantes vindos da europa de leste, estes tem comportamentos semelhantes aos emigrantes portugueses, ou seja, enviam parte do seu salário para o país de origem.



2.7 – GEOPOLITICA

Ajustando este ponto à realidade do nosso país, vamos abordar os tópicos das relações de Portugal com os restantes países da União Europeia e a relação de Portugal com os restantes países da CPLP.

2.7.1 – RELAÇÃO DE PORTUGAL COM OS RESTANTES PAISES DA UNIÃO EUROPEIA

Neste aspeto, Portugal tem como problema mais grave o cumprimento das metas do défice. Facto este que é comum a todos os países do sul da Europa. A Europa tem sido o principal parceiro nas trocas comerciais (importações e exportações), contudo apesar do esforço para melhorar o saldo da balança comercial (no caso Português diminuindo o rendimento disponível através de aumento de impostos). No entanto este problema, sendo um problema europeu, deveria ser resolvido através de uma política monetária de desvalorização da moeda por parte do BCE, dado que isso não só tornaria os produtos exportáveis mais competitivos, como também tornaria os bens importados mais caros. A consequência seria a melhoria do saldo da balança comercial por via do aumento da inflação. Como estamos numa permanente ameaça de risco de deflação não haveria dúvidas que esta medida seria muito mais positiva.


2.7.2 – RELAÇÃO DE PORTUGAL COM OS RESTANTES PAISES DA CPLP

Esta relação tem como missão a partilha cultural entre os países de língua portuguesa, não esquecendo áreas como os direitos humanos. Contudo, o que temos assistido é ver países, que nem sequer têm o português como língua oficial, a quererem aderir pois veem Portugal como uma excelente porta de entrada para as relações económicas entre esses países e os restantes países da UE.

De notar que nos aspetos económicos Portugal nem tem conseguido ver os países da CPLP a grande oportunidade para escoar os seus produtos, dado que países como o Brasil ainda fazem fortes barreiras à importação.



2.7.3 – AMEAÇAS TRANSFRONTEIRIÇAS: TERRORISMO E REFUGIADOS

O Caso do Terrorismo

Para começar este subponto vou citar em baixo o que um excerto do que José Rodrigues dos Santos disse, em direto, ao Telejornal do dia 2 de Setembro de 2014:
“… Este problema tem de ser encarado em várias vertentes: Política, cultural e económica também. Cortar as fontes de financiamento pois este grupo (fundamentalista islâmico) é financiado por pessoas do Qatar e da Arábia Saudita (não necessariamente pelos seus países) que partilham desta ideologia islâmo-fascista é um dos lados por onde se deve atacar, mas neste momento, em questões imediatas, deve ser atacado militarmente e está a tornar-se cada vez mais claro que combater o Estado Islâmico no Iraque não vai resolver o problema uma vez que eles têm o seu santuário na Síria … A questão do fundamentalismo islâmico é problema que tem de ser visto e combatido numa perspectiva de longo prazo…A Arábia Saudita é um país muito rico, onde quase todas as pessoas partilham da mesma ideologia islâmo-fascista do Estado Islâmico… e estão a financiar o ensino do Islão islâmo-fascista enviando professores e imãs para vários países de África, Europa e Ásia para fazer esse ensino e, portanto, uma coisa fundamental é acabar com esse ensino pois sem se acabar com este ensino corre-se o risco desta ideologia se propagar…já vemos na Europa os currículos escolares das escolas islâmicas sejam puramente livres – não há controlo nenhum e, portanto, esses imãs e professores que vieram da Arábia Audita e outros países com a mesma ideologia começam a ensinar esse Islão radical… e é preciso controlar estes currículos. Se não se controlar estes currículos este problema não será resolvido…”

Embora todos saibamos que com este tipo de intervenção em direto o jornalista/escritor esteja também a puxar a brasa à sua sardinha (dado que tem pelo menos um livro que filosofa sobre o assunto) subescrevo o seu raciocínio, acrescentando que fiz a experiência de tentar passar pela experiência de ser um falso terrorista e, se realmente quisesse explodir uma bomba em Portugal, reparei que a PSP não estaria à altura de resolver uma situação deste tipo por antecipação.

Aparentemente, o ensino do Islão em Portugal parece não vir por esses maus caminhos, mas tendo em consideração o flagelo do desemprego por toda a europa e a cada vez menor relação entre pais e filhos na transmissão de bons valores pode despertar o interesse por estas pessoas excluídas da sociedade, emigrando para países europeus onde se pratica esta ideologia e daí infiltrarem-se como radicais islâmicos. Este problema é, sem a menor dúvida, um problema europeu, mas que também está a ter raízes a partir de Portugal (como vimos recentemente na comunicação social através de uma miúda que residia no Alentejo e emigrou para a Holanda).

Não posso, contudo, deixar de criticar os países ocidentais no que diz respeito à atitude que tiveram face à “primavera árabe”, parecendo esquecer o seu passado histórico. É necessário relembrar que para haver democracia nos países ocidentais foi necessário, em primeiro lugar, separar o clero do estado. Isto demorou séculos a acontecer nos países ocidentais (excepto E.U.A., onde não houve monarquia).

Como poderia a democracia funcionar em países de maioria islâmica, se nesses países ainda não se separou a religião do estado?


O Caso dos Refugiados

Felizmente Portugal não está a sofrer com este problema, ao contrário de Espanha e Itália, que lhes tem prejudicado a forma de conduzirem a sua política económica.

É verdade que na segunda metade da década de 1990 vieram para cá alguns refugiados das ex-colónias para fugir à guerra civil nos seus países, contudo este tipo de situação teve o seu expoente mais dramático na década de 1970, quando vieram em massa os “retornados”, mas no presente não tem aparecido problemas.


2.7.4 – BARREIRAS AO COMERCIO E SANÇÕES INTERNACIONAIS

Vou apenas dar dois exemplos atuais, o caso do Brasil (no que diz respeito à barreiras ao comércio) e o caso da Rússia (no que diz respeito às sanções internacionais).

No primeiro caso, temos visto o Brasil a fazer políticas fiscais para que os produtos importados sejam mais caros e, com isso, forçar as empresas locais a consumir, em primeiro lugar, produtos brasileiros de características semelhantes. Daí Portugal ter tanta dificuldade em por produtos exportáveis no Brasil.


No segundo caso, produtos que estavam a ser exportáveis para a Rússia (como por exemplo a Pera Rocha do Oeste, cujos produtores deste produto ponderam desviar a sua produção para E.U.A.).


2.8 – HOTELARIA E TURISMO


A abordagem que vou fazer relativamente a este subponto será a de defender integralmente a aplicação do que está no Anexo B (Turismo em Portugal). Que se encontra na net com o título "PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL DO TURISMO"
























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