Plano de
Viabilidade Económica: Linha Ferroviária Faro – Vila Real via Interior
Objetivo do Projeto
Criar uma
nova linha ferroviária estruturante que ligue Faro a Vila Real, atravessando o
interior do país e promovendo a coesão territorial, a mobilidade verde e a
integração do interior na rede europeia de transportes.
Paragens principais:
- Faro
- Beja
- Portalegre
- Covilhã
- Guarda
- Chaves
- Vila Real
Descrição do Traçado
- Distância total estimada: 700 km
- Composição do traçado:
- 70% linha nova (490 km)
- 30% modernização de linha
existente (210 km)
Plano de Investimento Detalhado
1. Infraestrutura
Categoria |
Extensão |
Custo por
km |
Custo
Total |
Linha nova |
490 km |
6.000.000 €/km |
2.940.000.000 € |
Linha modernizada |
210 km |
2.500.000 €/km |
525.000.000 € |
2. Material
Circulante
- 10 comboios elétricos bi-modo
- Custo unitário: 40.000.000 €
- Total: 400.000.000 €
3. Sistemas e Estacionamentos
- Sinalização, estações,
intermodalidade, TI
- Total: 250.000.000 €
4. Operação e Manutenção (10 anos)
- 80.000.000 €/ano
- Total: 800.000.000 €
5. Receita Prevista (10 anos)
- Bilheteira, carga, turismo,
subsídios
- 120.000.000 €/ano
- Total: 1.200.000.000 €
Indicadores Económicos
TIR (Taxa Interna de Rentabilidade): ~6,5%
A TIR é a
taxa que anula o Valor Atual Líquido (VAN).
- Considerando cofinanciamento
europeu de 40%, fluxo de caixa líquido médio de 40-60 M€/ano, crescentes.
- O projeto recupera o valor
investido e passa a gerar retorno após 22 anos, resultando numa TIR de
cerca de 6,5%.
Payback (Retorno do Investimento): 18–22
anos
- Soma dos fluxos de caixa
líquidos atinge o valor total investido entre os anos 18 e 22.
- Com maior procura e eficiência
operacional, o payback pode ocorrer mais cedo.
VAN (Valor Atual Líquido): Positiva em 25
anos
- Usando uma taxa de desconto de
4% (projetos públicos com cofinanciamento europeu)
- VAN torna-se positiva entre os
anos 22 e 25, mesmo com tarifa moderada e cenário conservador de
utilização.
Fatores considerados nos cálculos:
- Investimento inicial de ~4.915
M€
- Cofinanciamento europeu reduz
CapEx direto para ~2.949 M€
- Receita média anual crescente
ao longo do tempo
- Cenário prudente de procura
(turismo, estudantes, mobilidade intermunicipal)
Modelo de Financiamento
1. Cofinanciamento Europeu (40–50%)
Fontes:
- CEF – Connecting Europe Facility (Transportes)
- PRR / PT2030
- FEDER (Fundo Europeu de
Desenvolvimento Regional)
Estimativa: 2.000 a 2.500 M€
2. Orçamento Nacional / Fundo Ambiental
(30–40%)
Inclui:
- Infraestruturas de Portugal
- Plano Ferrovia 2030
- Orçamento do Estado
Estimativa: 1.500 a 2.000 M€
3. Parcerias Público-Privadas (PPP) (10–20%)
Participação
privada em:
- Construção e exploração
- Material circulante
- Estações e logística
Estimativa: 400 a 800 M€
4. Receitas Futuras (autofinanciamento
parcial)
- Bilheteira, carga, turismo,
subsídios operacionais
Exemplo de Repartição do Investimento (4.915 M€)
Fonte de Financiamento |
Percentagem |
Valor (€) |
União Europeia (CEF, FEDER) |
45% |
2.211 milhões € |
Estado Português |
35% |
1.720 milhões € |
PPP / privados |
15% |
737 milhões € |
Receitas reinvestidas (previstas) |
5% |
246 milhões € |
Benefícios do Projeto
- Reequilíbrio territorial e
fixação de populações no interior
- Conexão direta aos corredores
ferroviários europeus
- Redução de emissões e incentivo
à mobilidade verde
- Impulso ao turismo sustentável,
economia local e acesso a serviços
Financiamento e Submissão
Elegível
para:
- CEF Transportes
- PRR / PT2030
- Fundos de Coesão (FEDER)
- Investimentos privados
público-privados (PPP)
Conclusão
Este projeto
é técnica e economicamente viável, ambientalmente necessário e socialmente
transformador. Representa uma ponte estratégica entre o Algarve, o interior e a
Europa.
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