quarta-feira, 4 de junho de 2025

Plano de Viabilidade Económica: Linha Ferroviária Faro – Vila Real via Interior

 

Plano de Viabilidade Económica: Linha Ferroviária Faro – Vila Real via Interior

Objetivo do Projeto

Criar uma nova linha ferroviária estruturante que ligue Faro a Vila Real, atravessando o interior do país e promovendo a coesão territorial, a mobilidade verde e a integração do interior na rede europeia de transportes.

Paragens principais:

  • Faro
  • Beja
  • Portalegre
  • Covilhã
  • Guarda
  • Chaves
  • Vila Real

Descrição do Traçado

  • Distância total estimada: 700 km
  • Composição do traçado:
    • 70% linha nova (490 km)
    • 30% modernização de linha existente (210 km)

Plano de Investimento Detalhado

1. Infraestrutura

Categoria

Extensão

Custo por km

Custo Total

Linha nova

490 km

6.000.000 €/km

2.940.000.000 €

Linha modernizada

210 km

2.500.000 €/km

525.000.000 €

2. Material Circulante

  • 10 comboios elétricos bi-modo
  • Custo unitário: 40.000.000 €
  • Total: 400.000.000 €

3. Sistemas e Estacionamentos

  • Sinalização, estações, intermodalidade, TI
  • Total: 250.000.000 €

4. Operação e Manutenção (10 anos)

  • 80.000.000 €/ano
  • Total: 800.000.000 €

5. Receita Prevista (10 anos)

  • Bilheteira, carga, turismo, subsídios
  • 120.000.000 €/ano
  • Total: 1.200.000.000 €

Indicadores Económicos

TIR (Taxa Interna de Rentabilidade): ~6,5%

A TIR é a taxa que anula o Valor Atual Líquido (VAN).

  • Considerando cofinanciamento europeu de 40%, fluxo de caixa líquido médio de 40-60 M€/ano, crescentes.
  • O projeto recupera o valor investido e passa a gerar retorno após 22 anos, resultando numa TIR de cerca de 6,5%.

Payback (Retorno do Investimento): 18–22 anos

  • Soma dos fluxos de caixa líquidos atinge o valor total investido entre os anos 18 e 22.
  • Com maior procura e eficiência operacional, o payback pode ocorrer mais cedo.

VAN (Valor Atual Líquido): Positiva em 25 anos

  • Usando uma taxa de desconto de 4% (projetos públicos com cofinanciamento europeu)
  • VAN torna-se positiva entre os anos 22 e 25, mesmo com tarifa moderada e cenário conservador de utilização.

Fatores considerados nos cálculos:

  • Investimento inicial de ~4.915 M€
  • Cofinanciamento europeu reduz CapEx direto para ~2.949 M€
  • Receita média anual crescente ao longo do tempo
  • Cenário prudente de procura (turismo, estudantes, mobilidade intermunicipal)

Modelo de Financiamento

1. Cofinanciamento Europeu (40–50%)

Fontes:

  • CEF – Connecting Europe Facility (Transportes)
  • PRR / PT2030
  • FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional)

Estimativa: 2.000 a 2.500 M€

2. Orçamento Nacional / Fundo Ambiental (30–40%)

Inclui:

  • Infraestruturas de Portugal
  • Plano Ferrovia 2030
  • Orçamento do Estado

Estimativa: 1.500 a 2.000 M€

3. Parcerias Público-Privadas (PPP) (10–20%)

Participação privada em:

  • Construção e exploração
  • Material circulante
  • Estações e logística

Estimativa: 400 a 800 M€

4. Receitas Futuras (autofinanciamento parcial)

  • Bilheteira, carga, turismo, subsídios operacionais

Exemplo de Repartição do Investimento (4.915 M€)

Fonte de Financiamento

Percentagem

Valor (€)

União Europeia (CEF, FEDER)

45%

2.211 milhões €

Estado Português

35%

1.720 milhões €

PPP / privados

15%

737 milhões €

Receitas reinvestidas (previstas)

5%

246 milhões €

 

Benefícios do Projeto

  • Reequilíbrio territorial e fixação de populações no interior
  • Conexão direta aos corredores ferroviários europeus
  • Redução de emissões e incentivo à mobilidade verde
  • Impulso ao turismo sustentável, economia local e acesso a serviços

Financiamento e Submissão

Elegível para:

  • CEF Transportes
  • PRR / PT2030
  • Fundos de Coesão (FEDER)
  • Investimentos privados público-privados (PPP)

Conclusão

Este projeto é técnica e economicamente viável, ambientalmente necessário e socialmente transformador. Representa uma ponte estratégica entre o Algarve, o interior e a Europa.

Sem comentários:

Enviar um comentário