Não me lembro ao certo que
escritor português disse mais ou menos o seguinte: “o investimento público na
cultura é o único que consegue ter retorno no mesmo ano em que o investimento é
efetuado”. E de facto, assim é. Quando cada um de nós vê ou conhece atividades
culturais que se vão desenvolvendo por todo o país, sabe que associado às
mesmas está investimento público feito pelas Juntas de Freguesia, Câmaras
Municipais ou diretamente através do governo central. Mas de que forma têm
retorno no PIB? A resposta é: Por via do aumento do Consumo dessa mesma cultura.
Onde o Consumo é superior ao investimento que as instituições do Estado fazem.
Ou seja, vemos o multiplicador Keynesiano a funcionar, não por via de aumento
do investimento privado e consequente aumento do emprego, mas sim por via do
aumento do Consumo, que pode, também, ter efeitos positivos na empregabilidade.
Em termos de rácio da dívida
pública, dado que este investimento tem retorno no mesmo ano, esta aposta
significa uma diminuição do mesmo rácio. Contudo, o Estado com este
investimento (um gasto com retorno) tem de garantir a obtenção de receitas
superiores ao investimento efetuado, pois só assim é que também o peso do deficit,
que não deve exceder os 3%, pode diminuir.