Associada a esta
expressão estão as transações de Portugal com os restantes países com os quais
estabelece relações comerciais.
Uma das
conclusões óbvias a que chegamos é que quanto maior for o valor acrescentado do
produto que exportamos, maior será o seu preço e mais vantajoso isso se torna
no saldo da Balança Comercial. Apostar nas exportações para países com taxas de
crescimento do PIB maiores que a nossa mas que têm de importar produtos nossos
por forma a satisfazer a sua Procura Interna é a solução para a diminuição
desta dívida externa. Contudo, Portugal continua a ter como principais
parceiros nestas trocas os países da União Europeia (sendo a Espanha o
principal). Este facto conduz a que cada vez seja mais difícil a convergência
de Portugal com a média da E em termos de crescimento baseado no setor exportador.
Para que fosse possível, teria de canalizar forças para mercados fora da EU. Durante
o período de José Sócrates foram muitas a estratégias usadas para conseguir ver
a Líbia, Venezuela, Angola e Brasil como exemplos de parceiros para melhorar o
saldo da Balança Comercial. Ambos os países tinham uma coisa em comum, o petróleo
como meio de pagamento (de notar que na altura ainda não tinha rebentado a
Primavera Árabe) e, como tal, quanto maior fosse o preço do petróleo maior era
a capacidade importadora desses países. Como já vimos este ano, o inverso
também acontece, ou seja, quanto menor for o preço do mesmo produto, menor a
capacidade importadora. Mesmo assim, Portugal tem de continuar a apostar nesta
estratégia de aumento de transações com países não europeus se quiser diminuir
o saldo negativo da Balança Comercial (embora tenha de ter a perceberão das
consequências negativas da dependência de alguns destes mercados de apenas um
produto como o caso do petróleo). Por outro lado temos de ver as consequências
do aumento do rendimento disponível em Portugal que, se por um lado melhora o
bem-estar por via do aumento do poder de compra, caso as empresas portuguesas
não se virem para o mercado interno produzindo bens por substituição de
importações, a consequência desse aumento da procura interna portuguesa vai
significar um maior aumento das importações.
Sabendo de tudo
isto, cabe agora às empresas portuguesas, atuais e futuras, fazer uma gestão na
produção de bens e serviços que garanta em simultâneo um valor elevado de
exportações e um menor aumento das importações.
Ao governo cabe
a função de procurar mais novos mercados não europeus que seja atrativo para as
nossas exportações e destravar muita da burocracia fiscal existente, algumas
impostas por diretivas comunitárias (como por exemplo medidas ao nível da
qualidade dos produtos que fazem com que os produtos se tornem mais caros e
menos competitivos, quando comparados com produtos semelhantes não europeus),
outras criadas por legislação interna e que devem ser revistas o mais depressa
possível.